O plano de resposta na área da saúde às comemorações do centenário das aparições de Fátima, que contam com a participação do Papa, servirá o momento, mas permitirá também testar meios de resposta a uma situação de excepção.
A informação foi avançada pelo presidente da Comissão de Gestão do Plano de Contingência para as Comemorações do Centenário das Aparições de Fátima, que apresentou, esta terça-feira, a resposta da saúde para o evento.
Segundo António Marques da Silva, o que foi e está a ser definido para estas comemorações “pode ser útil para Fátima, mas também para ter meios testados para qualquer situação que possa surgir”.
O responsável revelou algumas das medidas que já estão em curso e que visam, nomeadamente, apoiar os peregrinos a caminho de Fátima. Nesse sentido, “estão a ser feitas auditorias de saúde pública”, nomeadamente em unidades hoteleiras e de restauração, nas principais vias que vão dar a Fátima.
“Ainda não chegámos à data de Fátima e já há acontecimentos a acontecer em Fátima”, notou Marques da Silva, acrescentando que “vai haver um dispositivo de vigilância epidemiológica para identificar e controlar algum surto e evitar que este possa alastrar e causar mais danos do que seria expectável”.
Estas medidas irão, segundo este responsável, “perdurar muito além das datas de maio em Fátima”, nomeadamente em relação à segurança das populações, com uma maior exigência de higiene e segurança.
“Há que encarar isto como um investimento”, disse.
Além dos cuidados de saúde primários, dos hospitais que participarão nas respostas a vários níveis e dos hospitais de campanha que serão montados no local, este plano contempla ainda respostas para situações muito específicas, passando pela valorização da doença médica, do trauma e de outro tipo de incidentes: desde biológicos e químicos à saúde mental.
O transporte dos doentes irá envolver meios aéreos, como helicópteros do INEM e da Autoridade Nacional de Proteção Civil, e está prevista a criação de uma rede rádio entre o INEM e os hospitais, na eventualidade de uma quebra de comunicações telefónicas ou sobrecarga da rede de telemóveis.
Em relação aos hospitais, estes serão procurados mediante a sua proximidade, mas também de acordo com a especificidade da área da resposta solicitada, como politraumatizados ou queimados, só disponível em algumas unidades.
Assim, um primeiro eixo de resposta será assumido pela emergência pré hospitalar e um segundo (em maior proximidade geográfica e para situações de menor gravidade) será composto pelo Hospital Distrital de Santarém, Centro Hospitalar do Médio Tejo, Centro Hospitalar do Oeste e o Centro Hospitalar de Leiria.
Existirá ainda um terceiro eixo constituído por unidades hospitalares com serviços de urgência polivalentes e maior capacidade para doentes críticos: Centro Hospitalar do Porto, Centro Hospitalar São João, Centro Hospitalar de Lisboa Central, Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e Centro Hospitalar Lisboa Norte.