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O parlamento britânico e o Parlamento Europeu querem ouvir o fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, devido ao escândalo de uso indevido de dados de utilizadores da rede social por parte de uma empresa, a Cambridge Analytica, que os utilizava para fazer campanha política.
Investigações de órgãos de informação americanos e britânicos revelaram que a Cambridge Analytica conseguiu armazenar dados de dezenas de milhões de utilizadores. A empresa era, na altura, detida por Steve Bannon, um dos conselheiros da campanha de Donald Trump, e os dados foram usados para direcionar publicidade aos cibernautas.
Segundo as investigações, o Facebook apercebeu-se deste facto em 2015, mas não fez tudo o que estava ao seu alcance para recuperar e proteger os dados pessoais.
Agora, a comissão do parlamento britânico para o digital, cultura, media e desporto quer obter explicações diretamente de Zuckerberg e enviou-lhe, esta terça-feira, uma carta nesse sentido, pedindo uma resposta até ao dia 26, segunda-feira da próxima semana.
Segundo o presidente da comissão, Damian Collins, as respostas obtidas até à data por outros funcionários do Facebook revelaram-se falsas ou incompletas. “Chegou a hora de ouvir de um executivo do Facebook com autoridade suficiente para nos explicar de forma rigorosa esta falha catastrófica de procedimentos. Dado o seu compromisso, feito no início do ano, de ‘arranjar’ o Facebook, espero que esse representante seja você mesmo”, lê-se na carta, citada no jornal britânico “The Guardian”.
Dados pessoais usados para manipular a democracia?
O presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani, também convocou esta terça-feira o fundador do Facebook a prestar contas aos eurodeputados sobre o uso de dados de cidadãos europeus na sequência do escândalo da Cambridge Analytica.
"Convidamos Mark Zuckerberg para vir ao Parlamento Europeu porque o Facebook precisa de clarificar, diante dos representantes de 500 milhões de europeus, que os dados pessoais não são usados para manipular a democracia", escreveu Tajani no Twitter.
Na sequência do escândalo as ações do Facebook têm estado em queda acentuada.
Às 17h00 desta terça-feira, hora de Lisboa, a queda era de 5%, após uma queda de perto de 7% na segunda-feira.
Segundo a imprensa americana, a fortuna do próprio Mark Zuckerberg diminuiu nos últimos dias em cerca de cinco mil milhões de dólares.
[notícia atualizada às 17h30]