A Associação dos Inquilinos Lisbonenses denuncia que vai haver muita gente a sofrer com a pressão do aumento das rendas. À Renascença, António Machado lembra era defendido um limite de 0% e critica a opção do Governo.
"Muitas famílias vão ser pressionadas a pagar rendas maiores, mesmo com os apoios, não deixa de haver uma diferença relativamente à renda", diz o presidente da Associação, para quem "uma coisa é pagar mais 7%, outra coisa é receber mais 4%".
"Portanto, há aqui uma diferença de 3 a favor do senhorio contra o inquilino", concluiu António Machado.
António Machado elogiou a medida de aumento da dedução das rendas no IRS, mas lembrou que há muita gente com contratos informais que fica de fora.
O Governo anunciou esta quinta-feira que não vai repetir o travão ao aumento das rendas que aplicou para 2023. Em vez disso, o executivo de António Costa vai reforçar o arrendamento apoiado para famílias até ao 6º escalão do IRS para quem tem uma taxa de esforço superior a 35%.
Proprietários dizem que Governo está a cumprir a lei
Por sua vez, os proprietários não consideram "uma boa notícia o cumprimento da lei, porque a lei deve ser sempre cumprida".
"Houve uma péssima intervenção de introduzir o travão sem qualquer indicação que só fez disparar as rendas", refere Luís Menezes Leitão.
O representante da Associação de Proprietários diz que o Governo "reconheceu o erro em que caiu e este ano não o repetiu".
"Esperamos que sirva de lição para o futuro", aponta, ainda.