Mais de 20 mil professores universitários norte-americanos, incluindo 51 vencedores do Nobel, que assinaram uma petição contra o decreto sobre imigração e refugiados de Donald Trump, esperam que a sua iniciativa mude a perspectiva do Presidente dos EUA.
"É importante, talvez mesmo imperativo, que um novo Presidente obtenha reacções dos seus vários constituintes. Há muitas formas de o fazer, enquanto indivíduo ou professor. Uma petição assinada por uma grande audiência de académicos respeitados é uma das grandes avenidas que podem melhorar a resposta de um Presidente", explicou à agência Lusa um dos signatários, David Yoffie.
Trump assinou uma ordem executiva que suspende a chegada ao país de todos os refugiados por um período mínimo de 120 dias - para os refugiados sírios o prazo é indeterminado - e que impede a entrada nos Estados Unidos durante três meses aos cidadãos de sete países de maioria muçulmana: Iraque, Irão, Iémen, Líbia, Somália, Sudão e Síria.
A medida, que inclui imigrantes com residência permanente e estudantes, surgiu no âmbito de um pacote de medidas para proteger o país de "terroristas islâmicos radicais".
David Yoffie, que ensina economia na Universidade de Harvard, diz que decidiu assinar a petição no sábado de manhã, depois de uma aluna com nacionalidade de um dos países em questão lhe ter escrito explicando que tinha de escolher entre visitar a família e não poder regressar aos EUA ou continuar a sua educação.
"A decisão foi rápida e fácil. A política do Presidente Trump é uma desgraça. É a resposta de uma pessoa preguiçosa a um problema complexo. Foi mal concebida, revista de forma desadequada, é discriminatória, contraproducente e fundamentalmente anti-americana", explicou o professor num texto partilhado na página da Universidade de Harvard na Internet.
Até quinta-feira, mais de 20 mil professores universitários tinham assinado a petição, incluindo 51 vencedores do prémio Nobel e 572 membros da Academia de Ciência Engenharia e Artes dos EUA.