“Não havendo uma urgência de ‘morte’, por quê fazê-lo já?”. É desta forma que o comentador da Renascença João Duque analisa a intenção do Governo em ficar detentor de 95% da agência Lusa.
De acordo com o jornal Observador, o Executivo deverá mesmo avançar com a aquisição das participações do grupo detentor do Jornal de Notícias, Diário de Notícias e TSF na estrutura acionista da agência Lusa.
Np seu espaço de comentário n’As Três da Manhã, João Duque faz o paralelismo com a venda da TAP, quando o Governo de Passos Coelho estava de saída, e defende que, para “modificar um bocadinho aquilo que é a nossa democracia”, este tipo de negócios “que possam ser um bocadinho mais sensíveis em períodos pré-eleitorais, fossem deixados para pós-eleitorais, com uma estabilidade maior”.
O comentador só vê vantagens na “clarificação daquilo que são as opiniões dos portugueses sobre as posições dos partidos”, levando “à discussão pública no período pré-eleitoral este tipo de propostas e a forma como se devem fazer, porque é uma área muito sensível”.
Na visão do economista, “a parte editorial não vai ser afetada” e o grupo vendedor “fica numa situação mais desafogada”, mas considera que estas questões “convém que sejam como a mulher de César: não basta ser, é preciso parecer, também”.
Questionado sobre se o negócio em causa não poderá ser encarado como financiamento indireto a um grupo de comunicação social, João Duque entende que “é preciso blindarmos a democracia desse tipo de influências”.