Já começaram as negociações para a compra de vários títulos do grupo Global Media. Em declarações à Renascença, Diogo Freitas esclareceu esta sexta-feira que já foi realizada uma primeira reunião com os atuais acionistas.
“Já reunimos com os acionistas e estamos em negociação com eles”, afirmou o empresário da Officetotal Food Brands.
Apesar de não querer adiantar detalhes sobre a negociação, Diogo Freitas sublinhou que o grupo de empresários se disponibiliza para “pagar imediatamente todos os salários em atraso”, caso a proposta de compra seja aceite.
Este grupo de empresários, representado por Diogo Freitas, demonstrou interesse por várias marcas do Global Media Group na semana passada.
Entre os títulos que podem vir a ser comprados estão o “Jornal de Notícias” e “O Jogo”. Os empresários não manifestaram interesse na “TSF”, mas disseram estar disponíveis para encontrar uma solução. Já o “Diário de Notícias” ficou de fora do lote de títulos a comprar.
Uma das condições para o negócio é a “transferência de um grupo de profissionais que se comprove que estão mais de 50 por cento do seu tempo afetos” aos órgãos de comunicação social. Na prática, isso pode resultar na exclusão dos colaboradores pontuais dos jornais.
Na última sexta-feira, Diogo Freitas disse à Renascença que esperava começar as negociações no espaço de cinco dias e fechar o negócio em dois meses.
Esta sexta-feira, os acionistas Marco Galinha, Kevin Ho, José Pedro Soeiro e Mendes Ferreira voltaram a acusar o World Opportunity Fund, detentor da maioria das ações do Global Media Group, de “incumprimento”.
Estes quatro acionistas manifestaram ainda “total disponibilidade e compromisso em retomar o controlo da gestão da empresa”, marcando uma assembleia geral para apresentar uma solução.
Vários trabalhadores do grupo Global Media continuam sem receber os salários em atraso. O presidente da comissão executiva do grupo, José Paulo Fafe, anunciou esta quinta-feira que não vai pagar salários até a Entidade Reguladora da Comunicação Social (ERC) tomar uma decisão acerca do processo administrativo instaurado.
Esta sexta-feira, a Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) multou o grupo, instaurando nove processo de contraordenação. Cada uma das empresas poderá ter de pagar cerca de 61 mil euros, não estando dispensada da regularização dos salários.
Devido aos salários em atraso, as redações do "Jornal de Notícias" e de "O Jogo" decidiram ativar a suspensão dos contratos de trabalho.