O candidato à liderança do PSD Paulo Rangel defendeu esta quarta-feira que os Açores deverão tratar "como entenderem" uma eventual crise no Governo Regional causada pela retirada do apoio do Chega, apontando que respeita a autonomia regional.
"É uma questão de autonomia regional, eu acho que não devemos interferir nisso especialmente porque estamos num processo que é um processo muito delicado que já conhecemos em Portugal, que é o processo de aprovação do orçamento", afirmou, em entrevista à CMTV.
Nesta entrevista, o candidato à presidência do PSD foi questionado sobre o anúncio feito pela direção nacional do Chega de que pediu ao Chega Açores para retirar o apoio ao Governo regional (de coligação PSD/CDS-PP/PPM), acabando com o acordo de incidência parlamentar, em resposta à rejeição pelo presidente do PSD de acordos pós-eleitorais a nível nacional com o partido.
Paulo Rangel disse respeitar "a autonomia regional" e defendeu que "é uma questão dos Açores, que os Açores tratarão como entenderem".
O eurodeputado social-democrata salientou também que o PSD não pode "ter acordos com o Chega" e referiu que "o PSD regional até nem tem tido o apoio do Chega", dado que um dos deputados eleitos "saiu do Chega" e o "outro não vai querer apoiá-lo".
Na entrevista, o candidato às eleições diretas do PSD falou também sobre questões internas do partido e as eleições legislativas antecipadas de 30 de janeiro.
Paulo Rangel mostrou-se "muito tranquilo e muito sereno" quanto à elaboração das listas de deputados e disse que, se for eleito líder, terá "legitimidade política e democrática para conduzir o processo das legislativas", o que fará "com respeito pelos órgãos partidários mas com bom senso".
E defendeu que o líder eleito "terá de ter um papel muito relevante na feitura das listas".
Apontando que "há 23 dias" para tratar das listas de deputados, que têm de ser entregues a 20 de dezembro, Rangel considerou que "não há razão para nenhuma angústia nem para nenhuma pressa", indicando que parece que "alguém está preocupado em reservar o seu lugar".
O candidato à liderança do PSD considerou também que o voto no PS "vai ser um voto inútil" e disse que, se for eleito líder, vai "pedir uma maioria absoluta ou uma maioria estável" e admitiu construir "uma solução de governo estável" com o CDS e a Iniciativa Liberal.
Questionado se deixa a liderança do partido caso perca as eleições legislativas, Paulo Rangel recusou olhar para as legislativas "como um tabuleiro de xadrez" ou comentar cenários.