Entre 1.000 e 10.000 peregrinos residentes na Arábia Saudita vão participar no ‘hajj’ que esta quarta-feira se inicia, uma ínfima amostra dos 2,5 milhões de pessoas que acompanharam o ritual religioso do islão em 2019.
Os muçulmanos selecionados para a grande peregrinação terminaram na terça-feira uma quarentena antes de iniciarem a cerimónia na cidade sagrada de Meca, onde foram tomadas diversas medidas para evitar a propagação da Covid-19.
Ao contrário do habitual, os peregrinos não estão autorizados a tocar na Caaba este ano para limitar os riscos de infeção, enquanto foram deslocadas clínicas móveis e ambulâncias para enfrentar qualquer eventualidade, indicaram as autoridades.
Cerca de 70% dos peregrinos são residentes estrangeiros no reino, que registou 270.000 casos de infeção, uma das taxas mais elevadas do Médio Oriente.
Cada um recebeu um estojo com pedras para o ritual de lapidação de Satã, desinfetantes, máscaras, um tapete de oração e o ‘ihram’, a simples veste branca que todos os peregrinos devem usar no ritual, segundo o ministério do ‘hajj’.
Os media estrangeiros também não receberam autorização para acompanhar a celebração deste ano, tendo o Governo saudita decretado o controlo do acesso à cidade mais sagrada do Islão.
Apesar da pandemia, diversos fiéis consideram que a peregrinação será mais segura este ano, longe das multidões colossais que provocam um pesadelo logístico e agravam os riscos de acidentes mortais.
Num país onde o turismo religioso garante anualmente cerca de 10,3 mil milhões de euros, a celebração de um ‘hajj’ reduzido arrisca colocar a Arábia Saudita perto do marasmo económico.
Devido ao recuo na economia provocado pela queda dos preços do petróleo e pela pandemia, o primeiro exportador de crude do mundo adotou medidas de austeridade, triplicando o IVA, suspendendo os apoios sociais e impondo outros cortes orçamentais.