“Deus guia a História através da coragem humilde de quem reza, ama e perdoa”, disse o Papa neste sábado de manhã, durante o Angelus. Francisco elogiou o testemunho de Santo Estêvão, apedrejado até à morte, mas que, “ao receber as pedras do ódio, devolveu palavras de perdão e, deste modo, mudou a História”.
Apesar de longínquo, o exemplo deste santo pode ser vivido no dia-a-dia, disse o Papa. “Isto também se aplica a nós. O Senhor quer que façamos da vida uma obra extraordinária por meio de gestos quotidianos comuns. No sítio onde vivemos, em família, no trabalho, em todo o lado, somos chamados a ser testemunhas de Jesus, ainda que seja apenas pela luz de um sorriso e fugindo das sombras da tagarelice e da intriga”.
Francisco recordou que “há santos escondidos ao nosso lado”, capazes de “mudar a história”. E deixou alguns conselhos: “quando vemos algo errado, em vez de criticar, dizer mal e reclamar, rezemos por quem errou e por aquela situação difícil".
Ou então, “quando surge uma discussão em casa, em vez de querer ganhar, tentemos desarmar a recomeçar sempre, perdoando quem nos ofendeu”.
Neste dia de Santo Estêvão, o Papa recordou que “também nós podemos transformar o mal em bem todos os dias, como sugere um belo provérbio que diz ‘Faz como a palmeira: atiram-lhe pedras e ela deixa cair tâmaras’”.
No final, o Papa rezou pelos que hoje ainda continuam a sofrer por causa de Jesus, em muitos maior número do que no início cristianismo.
A transmissão do Angelus foi feita no interior da biblioteca do palácio apostólico, para impedir ajuntamentos de fiéis na Praça de São Pedro, em cumprimento das medidas de prevenção de contágio da Covid-19 instauradas pelas autoridades italianas.