O Presidente norte-americano, Donald Trump, ameaçou esta sexta-feira impor taxas aduaneiras sobre todas as importações chinesas se tal for necessário.
"Estou disposto a ir até 500", afirmou Trump numa entrevista transmitida esta sexta-feira pela estação televisiva CNBC, em referência à totalidade das importações norte-americanas oriundas do país asiático no ano passado, cerca de 500 mil milhões de dólares (420 mil milhões de euros).
Com uma frente de guerra comercial já aberta, através de taxas adicionais impostas sobre produtos trocados entre os dois lados, Donald Trump demonstra assim que pretende ir ao limite das retaliações comerciais contra Pequim, visando a totalidade das exportações da China para os Estados Unidos.
Este mês, a administração de Trump já tinha imposto taxas alfandegárias de 25% sobre 34 mil milhões de dólares (29 mil milhões de euros) de importações chinesas, contra o que considera serem "táticas predatórias" por parte de Pequim, que visam o desenvolvimento do seu setor tecnológico.
"Não o faço por razões políticas, mas porque é o melhor para" os Estados Unidos, disse Trump, acrescentando que a China anda a enganar o país há muito tempo.
O yuan, a moeda chinesa, tem desvalorizado continuamente, refletindo o nervosismo dos investidores face às disputas comerciais entre Pequim e Washington.
As declarações do Presidente Trump vêm aumentar ainda mais os receios dos produtores mundiais de uma disrupção no comércio ilnternacional numa altura em que se espera de Trump que entre em negociações quer com a China, quer com a União Europeia, sobre as tarifas que este pretende aplicar a uma série de produtos dos dois blocos comerciais.
Na quinta-feira, Trump voltou a ameaçar com a imposição de tarifas adicionais nas importações automóveis, numa medida que afetará sobretudo Canadá, México, Japão, Alemanha e Coreia do Sul. A comissária europeia do Comércio, Cecilia Malmström, indicou no mesmo dia que a UE está pronta para avançar com uma lista de “medidas de reequilíbrio” – ou seja, novas tarifas às importações dos EUA, que se sucedem a um grupo de produtos norte-americanos já taxados adicionalmente desde 22 de junho. A primeira ação de Bruxelas respondeu às tarifas aplicadas em março pelos Estados Unidos sobre importações de aço e alumínio.
Donald Trump irá na quarta-feira reunir-se com Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia, e com a comissária do Comércio, para discutir uma saída para a ameaça comercial aos fabricantes de automóveis europeus.