A missão do Irão na ONU negou no domingo o envolvimento de Teerão no ataque do aliado Hamas contra Israel, num conflito que já fez mais de um milhar de mortos.
"Apoiamos de forma enfática e inequívoca a causa palestiniana. No entanto, não estamos envolvidos na resposta palestiniana, que foi tomada apenas pela Palestina", afirmou a missão do Irão na ONU em Nova Iorque, em comunicado divulgado por meios de comunicação social iranianos.
O jornal americano Wall Street Journal acusou Teerão de ter ajudado a planear o ataque desde agosto e de ter dado luz verde para o seu início.
O Presidente iraniano, Ebrahim Raïssi, apelou este domingo aos "governos muçulmanos" para também afirmarem o seu apoio na sequência do ataque lançado pelo Hamas.
Ebrahim Raïssi falava depois de conversar separadamente ao telefone com os líderes dos movimentos armados palestinianos Hamas, Ismail Haniyeh, e da Jihad Islâmica, Ziad al-Nakhala, que acolheu separadamente em junho, em Teerão.
O Irão mantém relações estreitas com os dois movimentos palestinianos e foi um dos primeiros países a saudar a ofensiva do Hamas lançada no sábado.
"O Irão apoia a autodefesa da nação palestiniana. O regime sionista e os seus apoiantes [...] devem ser responsabilizados neste caso", disse o Presidente Raïssi na sua mensagem dirigida "à nação palestiniana".
"Os governos muçulmanos deveriam juntar-se à comunidade muçulmana no apoio à nação palestina", acrescentou.
O grupo islâmico Hamas lançou no sábado um ataque surpresa contra o território israelita, sob o nome de operação "Tempestade al-Aqsa", com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar.
Em resposta ao ataque surpresa, Israel bombardeou a partir do ar várias instalações do Hamas na Faixa de Gaza, numa operação que batizou como "Espadas de Ferro".
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, declarou que Israel está "em guerra" com o Hamas.
O mais recente balanço do Ministério da Saúde palestiniano registava, no domingo, 413 mortos devido aos ataques aéreos israelitas em Gaza, o que elevava para mais de 1.100 o total de mortes nos dois lados dos confrontos armados iniciados no sábado.
Segundo o ministério, citado pela agência espanhola EFE, entre os 413 mortos estavam 78 menores e 41 mulheres.
A estas vítimas somavam-se os mais de 700 mortos do mais recente balanço do Ministério da Saúde de Israel, também divulgado no domingo.
O elevado número de mortos confirmado em pouco mais de 24 horas não tem precedentes na história de Israel, apenas comparável à sangrenta primeira guerra israelo-árabe de 1948, após a fundação do Estado de Israel.