A televisão estatal russa divulgou, esta quarta-feira, imagens de uma alegada retirada das unidades militares que ocupavam a península da Crimeia anexada da Ucrânia, avança a Reuters.
"As unidades do distrito militar do sul que completaram os seus exercícios táticos nas bases da península da Crimeia estão a regressar por via ferroviária às suas bases de origem", disse o Ministério da Defesa russo, citado pelas agências nacionais.
Imagens noturnas revelam um comboio que transportava blindados através da ponte sobre o Estreito de Kertsch, construída pela Rússia para ligar a Crimeia ao território russo.
O anúncio surge um dia depois do Ministério da Defesa russo ter ordenado o regresso às bases de parte das tropas estacionadas junto à fronteira com a Ucrânia.
No mesmo dia, Vladimir Putin negou ter intenção de iniciar uma guerra com a Europa e avançou com uma proposta para iniciar um processo de negociações.
Em conferência de imprensa, o Presidente russo defendeu que a questão da adesão da Ucrânia à NATO tem que ficar resolvida de uma vez por todas.
"Temos que resolver essa questão agora, no decurso destas negociações. Esperamos muito que as nossas preocupações sejam ouvidas pelos nossos parceiros e encaradas de forma séria", disse o chefe de Estado.
Putin declarou que, nos últimos 30 anos foi sendo dito que não haveria uma expansão da NATO para Leste, mas atualmente há infraestruturas "à nossa porta", frisou.
Apesar dos aparentes sinais de recuo por parte do Kremlin, o Presidente dos Estados Unidos avisou, na terça-feira, que uma invasão da Ucrânia continua a ser uma forte possibilidade.
Uma tese partilhada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros português, que em entrevista à Renascença, acusou Moscovo de enviar "sinais contraditórios". "Devemos manter-nos preparados para todos os cenários”, defendeu Santos Silva.