Em entrevista à Renascença esta quarta-feira, Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto, diz não entender o porquê de a juíza do Tribunal de Instrução Criminal ter recusado ouvir o advogado da autarquia. “Tentei apenas uma diligência, tentei que o advogado da Câmara Municipal do Porto, advogado externo que tinha sido contratado pelo meu antecessor, o dr. Rui Rio, e que sempre esteve neste processo, fosse ouvido”, contou.
“A partir do momento em que a senhora doutora juíza entendeu que ele não devia ser ouvido na abertura da instrução, estava traçado o caminho. No fundo, o que a juíza podia fazer neste caso era se ela tivesse dúvidas sobre aquilo que era a acusação do Ministério Público, o assunto teria ficado arrumado. Não tendo, ficamos iguais. Estamos na mesma situação que em dezembro e o assunto há de ser julgado. Nessa altura, não só poderei depor, como apresentarei as provas que tenho e as testemunhas que entenda”, disse.
Ainda na mesma entrevista, Rui Moreira assegurou que a decisão do Tribunal de Instrução Criminal do Porto não pesará sobre a decisão da recandidatura à liderança da autarquia nortenha. E acusou Rui Rio de estar “obcecado” com as eleições para câmara do Porto.
Na terça-feira, ficou-se a saber que Rui Moreira vai a julgamento pelo caso Selminho. O autarca é acusado do crime de prevaricação.
“A instrução não trouxe ao processo qualquer elemento relevante suscetível de abalar os elementos probatórios recolhidos em sede de inquérito”, lê-se na decisão instrutória, a cargo da juíza Maria Antónia Ribeiro.
Moreira arrisca perder o mandato como pena acessória, vai continuar com termo de identidade e residência, a medida de coação mínima, enquanto aguarda julgamento.