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O Presidente do México, Enrique Peña Nieto, anunciou esta quinta-feira que cancelou os planos de se encontrar com Donald Trump na próxima semana.
A decisão surge depois de o Presidente dos Estados Unidos ter escrito no Twitter que Nieto deveria cancelar o encontro se não estava preparado para pagar pelo muro que os Estados Unidos vão construir na fronteira entre os dois países.
"O México reitera a sua vontade de trabalhar com os Estados Unidos para chegar a acordos que favoreçam ambas as nações."
Esta mañana hemos informado a la Casa Blanca que no asistiré a la reunión de trabajo programada para el próximo martes con el @POTUS.
— Enrique Peña Nieto (@EPN) 26 de janeiro de 2017
O Presidente dos Estados Unidos confirma que acordou com o seu homólogo mexicano adiar a reunião que estava marcada, mas reafirma que o encontro será “infrutífero” se o México não aceitar pagar o muro.
“Já deixámos claro que os americanos não vão pagar o muro”, referiu.
Num discurso, durante uma reunião do partido Republicano, em Filadélfia, Trump repetiu o que tem dito nos últimos dias, dando conta de algumas das medidas que já tomou desde que chegou à Casa Branca.
“O acordo NAFTA é terrível, vamos mudar os impostos, vamos construir novas estradas e vias-férreas e arranjar as que estão destruídas, terminar com o Obamacare, vamos tomar conta dos militares e dos nossos veteranos, reabrir minas de carvão, reduzir a burocracia e precisamos de voltar a ser um país seguro”, acrescenta.
Depois de vários elogios à sua equipa, alguns deles ainda à espera de confirmação, Trump voltou a criticar a comunicação social. “Não há nada de justo nos media”.
Muro avança
Donald Trump assinou na quarta-feira o decreto que dá luz verde à construção do muro na fronteira com o México e quer que a construção comece “o mais rápido possível, talvez no espaço de meses”.
Os planos e a preparação “já começaram”, confirmou Donald Trump, dando seguimento a uma promessa eleitoral.
Em entrevista à televisão ABC, Trump reafirmou que será o México a pagar o muro, sem, no entanto, explicar como.
Já depois, em conferência de imprensa, o novo Presidente norte-americano disse que "uma nação sem fronteiras não é uma nação. A partir de hoje, os Estados Unidos vão recomeçar a recuperar o controlo sobre as suas fronteiras".
Donald Trump e o seu homólogo mexicano, Enrique Pena Nieto, tinham reunião marcada para 31 de Janeiro e este deveria ser um dos temas da conversa. A renegociação do tratado NAFTA (comércio entre Estados Unidos, Canadá e México) também estaria em cima da mesa.
O novo líder norte-americano disse na quarta-feira que pode "incrementar as relações entre os nossos dois países, até um nível nunca antes visto. Acredito que a nossa relação com o México vai melhorar. O departamento de segurança interna em trabalho conjunto comigo e com o meu gabinete, vai começar a construção imediata de um muro na fronteira".
A fronteira entre Estados Unidos e México tem cerca de 3.200 quilómetros e cerca de mil já têm algum tipo de barreiras que, segundo o projecto da actual administração, serão reforçadas.
Ao mesmo tempo, o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, adiantou que o Presidente assinou também o decreto reforçando as leis de imigração no país.
Durante a campanha eleitoral, a prioridade era expulsar todos os imigrantes ilegais que tenham cometido crimes nos Estados Unidos. Spicer não confirmou nem desmentiu se as prioridades tinham mudado.
Na entrevista à ABC, Trump deixou também aberta a porta ao regresso do "waterboarding", tortura com água a prisioneiros. O Presidente disse acreditar que a técnica funciona mas garante que a palavra final será do secretário da Defesa.
Já esta quinta-feira ficou a saber-se que o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, quer um novo imposto de 20% para todas as importações vindas do México para, assim, pagar o muro entre os dois países. A informação foi confirmada já esta quinta-feira por Sean Spicer, porta-voz da Casa Branca.
A mesma fonte não deu pormenores sobre como esse imposto será implementado, mas Spicer afirmou que fará parte de um novo pacote fiscal a apresentar ao Congresso.