Os serviços públicos "não estão preparados" para o acréscimo de afluência que o fim da necessidade de marcação, a partir de 1 de setembro, pode provocar.
José Abraão, secretário-geral do Sindicato Dos Trabalhadores Da Administração Pública (SINTAP), admitiu à Renascença estar preocupado por haver serviços que já têm agendamentos "muito para além do mês de setembro".
"O que vai acontecer é que vai haver um acréscimo substancial de afluência aos serviços. Receamos que possa haver filas às portas dos serviços, o que causará desconforto nos utentes, mas também nos trabalhadores", alertou.
Apesar de considerar que um regresso à normalidade "é sempre positivo", há "grandes preocupações" com a proteção individual dos trabalhadores e dos utentes, devido ao contexto pandémico.
"Tem de se ter acautelado o distanciamento físico, deve-se multiplicar os balcões de atendimento, para um atendimento eficiente aos cidadãos"; defendeu.
José Abraão aponta ainda que um aumento considerável na demora dos serviços públicos pode provocar ofensas dirigidas aos trabalhadores.
"Em muitos casos, pelas dificuldades geradas, os trabalhadores são sistematicamente objetos de referência a violência física. Esperamos que isto não sobre sempre para os mesmos", afirmou à Renascença.
O secretário-geral do SINTAP apela a que os serviços públicos sejam dotados "de recursos humanos, que não tenham de ser precários".
"Há falta de pessoal, há falta de condições e falta de meios. Esperamos que até ao dia 1 de setembro os serviços públicos sejam dotados de condições para receber os cidadãos".
"Só no Instituto dos Registos e do Notariado faltam mais de mil trabalhadores", acrescentou ainda.