Revolução na Caixa. Custos nas contas vão aumentar e afectar reformados
24-07-2017 - 07:57

O banco vai apertar os critérios de isenção de comissões nas contas à ordem.

Os custos das contas na Caixa Geral de Depósitos (CGD) prometem disparar a partir de Setembro. O banco vai obrigar centenas de milhares de clientes a pagar a comissão de manutenção dessas contas ou a utilizar cartão de multibanco e de crédito, o que implica outros custos.

Uma parte dos clientes reformados passa a pagar comissão na conta onde recebem a pensão, segundo a notícia do jornal “Público”.

O banco estatal confirma que já enviou cartas a comunicar as mudanças a um milhão de clientes.

O jornal explica que as alterações abrangem uma parte dos clientes reformados e pensionistas, até agora isentos. Neste segmento, só os clientes com mais de 65 anos e pensão ou reforma inferior a 835,50 euros continuarão a não pagar pela conta à ordem. Clientes com pensões pequenas, como de invalidez, ou que recorreram à pré-reforma, passam a pagar.

A CGD vai alterar o preçário dos serviços que presta aos seus clientes particulares, ligado a contas à ordem com caderneta e à ordem com extracto.

De acordo com as informações do banco, há dois critérios de isenção da comissão de manutenção que vão ser eliminados. Um está ligado às contas com contrato Caixaordenado – limite de crédito negociado, “desde que um dos titulares seja Cliente Mais”, e o outro diz respeito às contas com contrato de Mesada Certa – limite de crédito negociado.

Depois, e além de alterações nos critérios de isenção da comissão de manutenção ligados a contas à ordem com aplicações financeiras associadas, e com domiciliação de rendimentos e uso de cartões, a CGD introduziu um novo critério.

A partir de 1 de Setembro, data em que as mudanças vão entrar em vigor, ficam isentas de comissão de manutenção as contas à ordem “em que o primeiro titular tenha mais de 65 anos e crédito de pensão/reforma inferior a uma vez e meia o salário mínimo nacional, em vigor no início do ano”.

O presidente da instituição Paulo Macedo contabilizou, em Maio passado, que a receita geral das comissões terá de aumentar em 100 milhões de euros até 2020, para cumprir o plano acordado com a Comissão Europeia na recapitalização do banco.

CGD esclarece

Na sequência desta notícia, a Caixa emitiu um esclarecimento onde lembra que a isenção de pagamento de comissão de manutenção para reformados com 65 anos ou mais e com uma pensão até 835 euros “abrange a esmagadora maioria do valor das reformas em Portugal (infelizmente)”.

A mesma nota diz que este ajustamento do preçário, que já aconteceu em toda a banca a operar em Portugal, a Caixa posiciona o seu nível de comissionamento num nível intermédio do mercado português.

“Quem não puder a mensalidade mais barata que é de 2,5 euros na Conta Caixa S, tem à disposição os Serviços Mínimos Bancários que na Caixa Geral de Depósitos são gratuitos”, esclarece.


[notícia actualizada às 12h00]