A emissão de certificados de aforro série E foi esta sexta-feira suspensa. A partir de segunda-feira, será possível subscrever a série F, com novas condições menos vantajosas. Os juros passam de 3,5% para um máximo de 2,5%.
O Ministério das Finanças explica, em comunicado, que a nova Série F “permitirá a aplicação da poupança por um prazo mais longo, 15 anos”.
Prevê também “uma remuneração crescente ao longo do tempo, através de um prémio de permanência”.
A taxa base aplicável à Série F é “determinada mensalmente, no antepenúltimo dia útil do mês, para vigorar durante o mês seguinte”, adianta o Ministério das Finanças.
A remuneração dos "novos" certificados de aforro fica ligada à evolução da taxa Euribor.
A taxa base aplicável à Série F "corresponde à média dos valores da Euribor a três meses observados nos 10 dias úteis anteriores, sendo o resultado arredondado à terceira casa decimal. E não poderá ser superior a 2,50% nem inferior a 0%." Atualmente, a taxa estava nos 3,5%.
Ainda de acordo com o gabinete do ministro Fernando Medina, "a taxa base da nova série F no seu lançamento será de 2,5%. A estrutura de prémios de permanência crescentes começa em 0,25% entre o 2º e o 5º anos e permite atingir 1,75% adicionais à taxa base nos últimos 2 anos do prazo máximo de subscrição."
As Finanças referem, em comunicado, que "a Taxa Interna de Rentabilidade (TIR) da nova série F, considerando os prémios de permanência, é muito semelhante à rentabilidade obtida atualmente com Obrigações do Tesouro para o mesmo prazo de 15 anos".
Quem tem certificados da série E e pretender adquirir títulos da série F, há um limite global de 250 mil unidades.
A criação da nova série F "realinha a remuneração dos certificados de aforro com a remuneração das restantes fontes de financiamento da República Portuguesa", sublinha a tutela.
Em declarações à Renascença, o economista João Duque considera que a suspensão da subscrição dos Certificados de Aforro Série E é uma medida "que peca por tardia".
O especialista explica que a medida "protege o sistema bancário e assegura que a sua gestão está mais de acordo com as suas necessidades".
Desde a subida das taxas de juro, os Certificados de Aforro têm sido usados pelos portugueses para investir as suas poupanças, tendo o juro atingido o teto máximo de 3,5% em fevereiro.
Segundo dados do Banco de Portugal (BdP), no primeiro trimestre deste ano as famílias aplicaram mais de 9.000 milhões de euros em Certificados de Aforro, contra apenas 150 milhões de euros no período homólogo.
Os dados do banco central apontam ainda que, em março, o 'stock' de Certificados de Aforro aumentou 3.549 milhões de euros, ou 14,1%, relativamente a fevereiro, somando 28.600 milhões de euros.
A subida das Euribor, nomeadamente do indexante a três meses - que é usado na fórmula de cálculo da taxa de juro dos Certificados de Aforro -- tem aumentado a procura por este produto de investimento.
A subscrição dos certificados de aforro da «série F» pode ser realizada através do AforroNet (aforronet.igcp.pt), nas lojas dos CTT – Correios de Portugal, S.A., na rede de Espaços Cidadão da AMA – Agência para a Modernização Administrativa, I.P., ou nas redes físicas ou digitais de qualquer instituição financeira ou de pagamentos inscrita no Banco de Portugal e indicadas para o efeito pelo IGCP.
[notícia atualizada às 22h05]