Neste terceiro dia de visita ao Chile, o Papa vai passar a maior parte do tempo em Temuco – o coração da Araucanía, terra de mapuches, os indígenas que têm sido alvo de polémica por causa da visita papal.
É, no fundo, uma visita ao “olho do furacão”, pois Francisco vai celebrar missa numa terra que os mapuches consideram sua (e não do Estado chileno).
Há décadas que estes indígenas se insurgem contra o Chile, que acusam de lhes ter usurpado sete mil hectares de terras suas. Sectores mais radicais terão lançado as bombas incendiárias nalgumas igrejas por ocasião da visita do Papa.
A missa “pelo progresso dos povos” vai contar com a participação litúrgica de dezenas de músicos e representantes indígenas, para além de uma vasta presença de mapuches entre os fiéis.
Mas outros dizem que “não basta pedir perdão, como fez João Paulo II e a Presidente Michele Bachelet” – agora é preciso “indemnizar e ressarcir as vítimas da ocupação do território mapuche”.
Expectativa, pois, para o que Francisco vai dizer na homilia e também para o encontro que terá, de forma privada, com uma dezena de habitantes indígenas, antes de regressar a Santiago.
Na capital, ao fim da tarde, a agenda do Papa inclui ainda um encontro com os jovens e uma visita à Universidade Católica do Chile.