Inscrições na JMJ. Segurança Interna garante não ter detetado qualquer situação de risco
02-07-2023 - 10:17
 • Isabel Pacheco , Pedro Valente Lima com Lusa

Sistema de Segurança Interna diz estar a cumprir "critérios específicos e rigorosos" na verificação de vistos dos participantes da Jornada Mundial da Juventude. Comunicação surge em resposta a André Ventura, que se havia mostrado desconfiado relativamente às supostas inscrições de "dezenas de milhares de pessoas" oriundas do Médio Oriente.

O Sistema de Segurança Interna (SSI) garante que, até ao momento, não foi detetada qualquer situação considerada de risco relativamente à inscrição de cidadãos estrangeiros na Jornada Mundial da Juventude (JMJ).

O esclarecimento surge depois das desconfianças levantadas pelo líder do Chega sobre o risco de segurança do evento, apontando para a "informação não confirmada, mas de fontes fiáveis" que diz ter obtido sobre a inscrição de "dezenas de milhares de pessoas" oriundas do Médio Oriente.

"Isto, a ser verdade, significa que estamos perante um risco de segurança muito significativo e perante a possibilidade, ou a tentativa, de estarem a entrar em Portugal, através da Jornada Mundial da Juventude, não só grupos radicalizados, como pessoas que podem não ter boas intenções", afirmou André Ventura.

Em comunicado enviado à Renascença, o SSI esclarece que todos os passos na inscrição no evento, sobretudo no que toca à atribuição de vistos, são objeto de "critérios específicos e rigorosos".

"Desde logo, é necessário que o requerente apresente prova da sua participação no evento, seja como voluntário seja como peregrino inscrito. Só posteriormente é feita uma confirmação do requerimento, bem como uma verificação dos requisitos de segurança previstos no art. 53.º – Formalidades prévias à concessão de vistos, da Lei 23/2007, de 4 de julho (vulgo Lei de Estrangeiros)", pode ler-se na nota enviada.

Segundo o Sistema de Segurança Interna, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) está encarregue de analisar os pedidos de visto antes do início da Jornada, a decorrer em Lisboa entre 1 e 6 de agosto.

O SSI também tem requerido "consultas de segurança" ao SEF, "relativas a várias nacionalidades, incluindo das áreas geográficas acima referidas [Médio Oriente]". "Independentemente do número de solicitações que vier a ocorrer até ao início do evento, cumpre sublinhar que o rigor do processo em nada será alterado."

"A segurança é levada muito a sério por todas as Forças e Serviços de Segurança que participam no quadro deste mega-evento, particularmente o SIS, SEF, PJ, PSP, GNR e Polícia Marítima, entre outras."

Por outro lado, o organismo também salienta que o número final de inscritos poderá ser "substancialmente inferior" àqueles que iniciaram o processo de inscrição: "A título meramente exemplificativo, o número de cidadãos paquistaneses que concluiu o seu processo de inscrição é de aproximadamente 7% (no mês de junho), valores que poderão ser ainda mais reduzidos em função da submissão do processo de emissão de visto e consultas de segurança".

"As dimensões de eventuais ameaças e riscos, desde o terrorismo ao auxílio à imigração ilegal ou trafico de seres humanos, entre outras, configuram matérias de acompanhamento e alerta permanentes, não tendo sido identificada até ao momento qualquer situação considerada de risco."