O governo grego vai voltar a mover refugiados na ilha de Lesbos para o continente europeu, para colmatar novamente o problema de sobrelotação no campo de refugiados da ilha, Moria.
Lesbos é uma das principais portas de entrada para os refugiados que vêm de África e do Médio Oriente, a maioria de nacionalidade síria, fugindo à guerra. O campo de Moria acolhe nove mil refugiados, dos 17 mil que estão na ilha do Mar Mediterrâneo.
Lesbos torna-se o destino mais imediato dos refugiados, por se encontrar mais próximo da Turquia do que da Grécia continental e muitos tentam a travessia através de barcos insufláveis.
Na segunda-feira, os Médicos Sem Fronteiras alertaram para os problemas de saúde em Moria e sobre a falta de condições no campo de refugiados. Segundo a associação, adolescentes no campo têm tentado o suicído e há graves riscos para a saúde mental e física.
Depois dos alertas e do governador da ilha ter ameaçado com o encerramento do campo nos próximos 30 dias, o governo reagiu. Moria tem três vezes o número de ocupantes que pode suportar e, apesar de Atenas já ter transferido 3 mil pessoas no verão e 700 a semana passada, volta a tentar “desanuviar” o campo, movendo 2 mil refugiados até ao final do mês de setembro.
Os resgates em torno de Lesbos por parte das autoridades são constantes e a Polícia Marítima portuguesa socorreu mais 119 migrantes no dia 16 de setembro.
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- "Encalhados no quintal da Europa", reportagem da jornalista Catarina Santos