Os Estados Unidos exigiram esta quinta-feira que o Irão liberte imediatamente o petroleiro capturado no Golfo de Omã e instaram Teerão a parar todas as atividades que perturbem o comércio internacional.
Embora a Marinha iraniana tenha anunciado que o navio capturado é um "navio-tanque americano", o Departamento de Estado dos Estados Unidos esclareceu que o "St Nicolas" é de propriedade grega e navegava sob a bandeira das Ilhas Marshall.
"O Governo iraniano deve libertar imediatamente o navio e a sua tripulação. Esta apreensão ilegal de um navio comercial é o exemplo mais recente do comportamento do Irão que visa perturbar o comércio internacional", disse o porta-voz adjunto do Departamento de Estado, Vedant Patel, num comunicado.
Patel instou Teerão a parar com este tipo de "provocações" porque elas "acrescentam incerteza ao transporte marítimo" e representam "uma ameaça à economia global".
A Marinha iraniana anunciou esta quinta-feira a captura de um "petroleiro americano" no Golfo de Omã, uma ação tomada em resposta à apreensão de petróleo deste país pelos Estados Unidos no ano passado.
"A marinha da República Islâmica do Irão apreendeu um petroleiro norte-americano nas águas do Mar Arábico, de acordo com uma decisão judicial", informou a agência noticiosa oficial Irna.
Embora as autoridades iranianas tenham identificado o navio capturado como "americano", o petroleiro é o "St Nikolas", que navegava sob a bandeira das Ilhas Marshall e pertencia à companhia marítima grega Empire Navigation.
Segundo a agência estatal grega AMNA, o navio é tripulado por 19 pessoas, uma de nacionalidade grega e 18 de nacionalidade filipina.
O navio em questão esteve envolvido numa disputa que durou um ano, na qual o Departamento de Justiça dos Estados Unidos acabou por apreender um milhão de barris de petróleo bruto iraniano que transportava quando ainda navegava sob o nome "Suez Rajan".
Segundo a AMNA, o navio carregou cerca de 145 mil toneladas de petróleo em Bassorá, no Iraque, e tinha como destino final a cidade de Aliaga, na Turquia, após ter sido fretado pela petrolífera estatal turca Tupras.
No entanto, o navio dirige-se agora para o porto iraniano de Bandar-e-Jask, de acordo com um comunicado divulgado pela empresa britânica de segurança marítima Ambrey Analytics.
Este incidente ocorre num contexto de elevada tensão na região, com um aumento dos ataques dos rebeldes Huthi do Iémen, aliados de Teerão, contra navios no Mar Vermelho em retaliação contra a ofensiva de Israel na Faixa de Gaza.