A unidade de cuidados continuados de Melgaço, no Alto Minho, está pronta e equipada desde 2012, mas só este sábado pode começar a funcionar. O primeiro-ministro, António Costa, e o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, assinam com o Instituo de S. João de Deus um contrato programa para que as 28 camas passem a ser usadas e a dar resposta ás necessidades da região.
Fernando Araujo, secretário de Estado adjunto e da Saúde, não sabe explicar a demora, mas considera a cerimónia deste sábado simbólica da aposta que o Governo garante ter na rede de cuidados continuados. “É uma aposta do Governo e do Ministério da Saúde. O objectivo é continuar a alargar esta rede, este ano vamos aumentar o número de lugares bem acima da média dos últimos anos. Acreditamos que esta reforma, se for bem conduzida, trará melhores cuidados de saúde para a população e até uma redução de despesa”, disse o governante em declarações à Renascença.
A unidade de Melgaço tem 21 camas para cuidados de longa duração e oito para média duração. Números que já fazem parte do lote de 684 novas camas para cuidados continuados que o executivo promete abrir até ao fim do ano, como consta do despacho publicado esta semana em Diário da República.
Este ano abriu a primeira unidade para cuidados continuados a crianças – a Casa do Castelo, em Matosinhos – com 20 lugares. E o Governo também espera que seja o ano de início da especialização da rede para a saúde mental. Há 392 lugares destinados a pessoas com dependência psicossocial (Cuidados Continuados Integrados em Saúde Mental) á espera de aprovação final.
“Está previsto para muito breve as primeiras respostas de cuidados continuados para saúde mental. É uma necessidade premente e vamos começar com as experiencias piloto. Esperamos que este seja o ano de início da rede de cuidados continuados na área da saúde mental”, afirma Fernando Araujo.
Nos cuidados paliativos o tempo também é de espera. Nomeadamente, de espera pelo trabalho da primeira comissão nacional de cuidados paliativos, que tem, até ao fim do mês, de apresentar um plano para quatro anos que depois irá a discussão pública.
“São necessárias mais respostas em cuidados paliativos”, assume o secretário de Estado, ressalvando: “Mas mais do que camas, queremos respostas. Por vezes é necessários os doentes ficarem internados, mas em geral o que precisam e o ideal é ficar junto da família. Precisamos de ter equipas na comunidade que possam ir a casa dos doentes e efectuar os tratamentos e ajudar o doente e a família a lidar com estes problemas.”