O incêndio que atingiu esta segunda-feira o Cineteatro Florbela Espanca, em Vila Viçosa, no distrito de Évora, que estava em obras, destruiu a cobertura do edifício e poderá pôr em causa a sua reabilitação, alertou o presidente do município.
"É um momento muito triste para Vila Viçosa. É um equipamento que queríamos devolver à população o mais rapidamente possível", mas, "infelizmente, com isto, ainda não sei sequer como é que vou resolver o problema", afirmou Inácio Esperança.
Falando aos jornalistas depois de o fogo ter sido dado como dominado, o autarca de Vila Viçosa disse que "é sempre possível" recuperar o edifício depois do incêndio, mas referiu que terá que "pedir ajudar".
"A obra iria acabar no início de dezembro, mas, agora, teremos que avaliar e fazer um novo calendário", adiantou, lembrando que o projeto tinha sido cofinanciado pelo programa operacional regional Alentejo 2020.
Inácio Esperança revelou já ter recebido telefonemas do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que visitou o concelho no domingo, e da ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa.
"O presidente solidarizou-se e disse que ia tentar ajudar na medida do possível", salientou.
Segundo o autarca, o incêndio eclodiu quando decorriam trabalhos na cobertura do edifício relacionados com a colocação de telas asfálticas nos tubos de escoamento de água.
Inicialmente, Inácio Esperança disse à agência Lusa que suspeitava que o incêndio tivesse tido origem em trabalhos de soldadura das desenfumagens que estavam em curso no âmbito das obras de requalificação do cineteatro.
Desconhecendo, para já, o valor dos prejuízos, o presidente do município assinalou que o fogo destruiu a estrutura da cobertura, o teto falso e o sistema de AVAC (aquecimento, ventilação e ar condicionado), pois o interior estava esventrado.
"Os funcionários que estavam a trabalhar conseguiram sair do local e os bombeiros combateram o incêndio e conseguiram fazê-lo sem que alastrasse a outras habitações", notou.
Também em declarações aos jornalistas, o comandante dos Bombeiros de Vila Viçosa, Nuno Pinheiro, disse que as causas do incêndio são desconhecidas e que as autoridades estão a fazer averiguações no local.
"Temos conhecimento que havia obras na cobertura do cineteatro quando se iniciou o incêndio", limitou-se a adiantar.
O comandante dos Bombeiros de Vila Viçosa admitiu que o combate às chamas foi "difícil pela dimensão e altura do edifício", sublinhando que foi necessário esperar por meios de Évora e Elvas, nomeadamente duas autoescadas.
Com alerta para as autoridades às 17h35, o incêndio foi dado como dominado às 19h50, de acordo com uma fonte do Comando Sub-Regional de Emergência e Proteção Civil do Alentejo Central.
As operações de socorro mobilizaram operacionais e meios de várias corporações de bombeiros da região, do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e da GNR, num total de 81 operacionais, apoiados por 29 veículos.
Inaugurado em 29 de julho de 1957, o equipamento, que estava fechado há mais de 10 anos, é considerado pela autarquia como um "espaço de grande importância" para Vila Viçosa, situado numa das principais artérias da localidade.