Portugal sob efeito de poeiras do norte de África. DGS alerta para "efeitos na saúde"
15-03-2022 - 13:16
 • Ana Paula Santos , com redação

Direção-Geral da Saúde deixa conselhos à população e alerta para “uma situação de fraca qualidade do ar no Continente, com maior expressão nas regiões Norte e Centro”.

Portugal está a ser atingido por uma nuvem de poeira vinda do Norte de África, trazida pela depressão Célia. O efeito mais visível é o céu de cor alaranjada, mas poderá haver "alteração da qualidade do ar".

Em declarações à Renascença, Ângela Lourenço, do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) explica que a situação deverá permanecer até quinta-feira.

“A depressão Célia está neste momento a Oeste de Marrocos, esta componente de Sul sobre o Norte de África fez com que houvesse um transporte de poeiras para a Península Ibérica e já estão a ser visíveis”, refere a meteorologista.

“O impacto maior é a alteração da cor do céu: pode ser cor de laranja, pode ser mais leitoso, depende do tipo de aerossóis que estão presentes. Esta situação de poeiras em suspensão deverá persistir até ao final de quinta-feira”, afirma Ângela Lourenço.

O IPMA adverte que, por vezes, em períodos de concentrações mais elevadas, poderá haver “alteração da qualidade do ar que pode ter impacto ao nível da saúde”, bem como redução da visibilidade.

DGS faz recomendação à população

A Direção-Geral da Saúde (DGS) alerta para “uma situação de fraca qualidade do ar no Continente, com maior expressão nas regiões Norte e Centro”, devido às poeiras vindas do Norte de África.

“Este poluente (partículas inaláveis – PM10) tem efeitos na saúde humana, principalmente na população mais sensível, crianças e idosos, cujos cuidados de saúde devem ser redobrados durante a ocorrência destas situações”, adverte a DGS.

A Direção-Geral da Saúde faz as seguintes recomendações à população:

  • A população em geral deve evitar os esforços prolongados, limitar a atividade física ao ar livre e evitar a exposição a fatores de risco, tais como o fumo do tabaco e o contacto com produtos irritantes.
  • Os seguintes grupos de cidadãos, pela sua maior vulnerabilidade aos efeitos deste fenómeno, para além de cumprirem as recomendações para a população em geral, devem, sempre que viável, permanecer no interior dos edifícios e, preferencialmente, com as janelas fechadas: Crianças, idosos, doentes com problemas respiratórios crónicos, designadamente asma, doentes do foro cardiovascular.
  • Os doentes crónicos devem manter os tratamentos médicos em curso.
  • Em caso de agravamento de sintomas contactar a Linha Saúde 24 (808 24 24 24) ou recorrer a um serviço de saúde.

Para informação adicional sobre a qualidade do ar e os valores medidos nas estações de monitorização, pode ser consultada a página da internet da Agência Portuguesa do Ambiente ou a App QualAr.

[notícia atualiza às 16h28]