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É antes de começar o serviço de jantar na sua “Tasca da Esquina” que o chef Vítor Sobral fala à Renascença sobre a refeição que irá ser servida ao Papa Francisco de regresso ao Vaticano, no domingo.
"O aperitivo, a entrada, a escolha do prato principal, peixe ou carne, queijo e a sobremesa". São estes os cinco elementos a ser apresentados ao Papa Francisco, segundo revela o chef, sem pormenorizar exatamente em que consistirá cada um dos pratos.
"É o que é normal neste tipo de refeições, nada de luxos. Nada de coisas que no fundo são atribuídas a situações de muita exuberância", avança Vítor Sobral, proprietário de vários restaurantes e uma referência da cozinha nacional.
“Tudo o mais tranquilo que se pode fazer numa refeição para uma pessoa, que por acaso é o Papa”, sublinha.
Os protocolos, quer o português quer o do Vaticano, exigem que se mantenha segredo sobre a refeição a ser apresentada ao Santo Padre até à data da viagem, mas, garante o chef, produtos e sabores portugueses não vão faltar na ementa.
"A minha forma de estar, como cozinheiro e na vida, é uma matriz completamente portuguesa e eu diria até lusófona. Tudo o que eu faço tem sempre a ver com promover o pão, o azeite, o queijo português, os enchidos portugueses, o peixe e a carne também de origem portuguesa… o vinho, como não poderia deixar de ser, e, para finalizar, os doces portugueses", remata.
"Tudo tem um carisma e um cunho muito muito português"
O fecho da refeição é ainda uma incógnita. A Renascença tentou saber o que iria servir ao Papa no momento da sobremesa, mas apenas ficámos a saber o que não será.
"Não é doçaria conventual, é um doce que os portugueses habitualmente comem, mas não é conventual. E acompanhado por fruta da época". E mais não desvenda Vítor Sobral.
Quanto ao sentimento envolto na preparação desta refeição, o cozinheiro português não esconde o orgulho, ainda que não seja um estreante nestas andanças. Já tinha confecionado a refeição servida ao Papa Bento XVI, aquando da sua visita a Portugal em 2010.
"Diria mesmo que há uma tensão positiva no ar sempre que se fica próximo de alguém que tem a figura que tem e que representa a figura que representa, e sobretudo também o cuidado relativamente a passar uma mensagem com um determinado tipo de valores."
Mostrando-se atento à mensagem de aceitação de Francisco, Vítor Sobral destaca a importância de participar num evento deste género. "Acho que, nos dias que correm, em que as pessoas muitas vezes têm alguma dificuldade, na minha opinião, de identificar de onde é que nós viemos, o nosso passado, o que fizemos, o certo e o errado, essa situação ainda se torna mais importante".
O chef viaja juntamente com o Papa para o Vaticano, este domingo, num voo da companhia aérea TAP.