O presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP) reafirmou, esta quarta-feira, no Parlamento, que se o Estado não assegurar o impacto da subida do salário mínimo em 2024, muitas insituições particulares de solidariedade social (IPSS) terão de fechar portas.
Nas contas de Manuel Lemos, o aumento do salário mínimo para 820€ em janeiro terá um impacto direto de "85 euros no salário mensal por trabalhador", o que "vai colocar um problema gravíssimo a todo o setor e à cooperação" com o Estado.
“Aqui estamos perante um problema seríssimo de sustentabilidade das respostas sociais, e é claro que tem de ser o Estado português a tomar opções”, adianta.
Manuel Lemos assegura a vontade das instituições em cooperar, mas adverte que “nossa cooperação tem um limite, que é o limite da nossa sustentabilidade”.
“Se não houver impacto [ajuda do Estado], as respostas das instituições vão fechar, porque não há possibilidade de responder a esta questão”, garante o presidente da UMP.
Numa audição no Parlamento sobre a implementação do programa de gratuitidade Creche Feliz, Manuel Lemos alertou também para a necessidade de o Estado assegurar o financiamento do pré-escolar.
“Quando estas crianças chegarem ao pré-escolar, nenhum pai ou mãe está disposto a pagar o que quer que seja”, garante Manuel Lemos. O presidente da União das Misericórdias afirma que “isto não pode ser assim, com gratuitidade na creche e na chegada ao ciclo, e pelo meio ter de pagar o pré-escolar”.
“Tem de haver aqui uma medida clara e rápida, e quanto mais depressa melhor, porque há muitos pré-escolares a fechar”, conclui.