Luís Montenegro deixou, este domingo, um recado ao ministro da Educação e a António Costa. O presidente do PSD defendeu que o Governo não pode ignorar o que se passa na Educação e que é preciso arranjar uma solução.
"O Governo não pode ignorar aquilo que está a acontecer. O ministro da Educação e, sobretudo, o primeiro-ministro não podem fazer de conta que a escola está a atravessar esta dificuldade, é que isto tem consequências que vamos pagar no futuro."
O presidente do PSD discursou na sessão de encerramento do XV Congresso dos Trabalhadores Sociais-Democratas, em Lisboa. No discurso, deixou claro que é preciso resolver rapidamente o problema da educação, não como uma paixão que rapidamente se transforma em paixoneta mas valorizando-a. Foi a palavra chave que elegeu.
"Valorizar a carreira dos professores com regras de progressão, de recuperação do tempo possível, face àquilo que o país teve de viver, fruto das irresponsabilidades do passado, é também um desígnio do PSD. "
Para Luís Montenegro, a negociação é muito importante e "deve ter frutos o quanto antes" para bem dos professores, dos alunos - que continuam a ser prejudicados sem terem aulas - e dos pais e famílias.
Posteriormente, os jornalistas ainda tentaram perguntar qual é, para Montenegro, o "tempo possível", mas o líder laranja não respondeu, remetendo posições para o debate parlamentar sobre educação, pedido pelo PSD e agendado para dia 22 de fevereiro.
Para além da Educação, Montenegro também falou sobre demografia, reivindicando medidas para que os jovens possam ter mais filhos. O social-democrata também quer que se aposte numa imigração de mão de obra qualificada, que venha e traga a família para que Portugal tenha uma economia mais competitiva.
Ainda no campo laboral, Montenegro considerou inaceitável que o Executivo não esteja a cumprir o que assinou no Acordo de Política de Rendimentos. Sobre a nova Agenda do Trabalho Digno, o líder social-democrata diz ser "digna de ser estudada nos efeitos perversos que vai ter, infelizmente, nos direitos dos trabalhadores".
"Quero aqui denunciar isto, porque creio que Portugal ainda não se apercebeu da perversão que algumas das regras que foram agora adotadas vão ter em prejuízo das empresas, é verdade, mas muito mais em prejuízo dos trabalhadores."
Numa sessão final de congresso cheia de recados, Lucinda Dâmaso, presidente do certame, lembrou que o PSD não pode ignorar os trabalhadores sociais-democratas porque são eles que estão nos locais de trabalho.
Pedro Roque, secretário-geral do congresso, também deixou um recado aos congressistas para que tenham atenção às novas formas sindicais, do anarquismo de esquerda ao populismo de direita, que não se sabe de onde vêm, vendo os trabalhadores apenas como instrumentos. Para Roque, é preciso estar atento e saber distinguir o trigo do joio.