À segunda não foi de vez. A votação para a eleição do novo presidente da Assembleia da República acabou sem maioria de votos para nenhuma das três candidaturas apresentadas, mas o socialista Francisco Assis recolheu mais votos que o candidato do PSD, José Pedro Aguiar-Branco.
Nesta segunda votação, Francisco Assis recolheu 90 dos 229 votos contados, enquanto Aguiar-Branco teve 88 votos - menos um do que na votação anterior. Manuela Tender, a candidata nomeada pelo Chega, teve 49 votos - menos um do que 50 deputados do Chega que estão no Parlamento.
Foram ainda contados dois votos brancos.
Numa segunda volta, que se irá realizar de seguida, a escolha recairá entre Francisco Assis e Aguiar-Branco. Para ser eleito, o candidato tem de obter a maioria absoluta, ou seja, 116 votos favoráveis.
O presidente do Chega, André Ventura, tinha anunciado na segunda-feira que o partido iria apoiar o candidato Aguiar-Branco "na sequência da informação" que lhe teria sido transmitida pelo PSD de que os sociais-democratas também aprovariam os seus candidatos a "vice" e secretários da Mesa.
No entanto, na primeira votação que tinha como única candidatura a de Aguiar-Branco a presidente da Assembleia da República, o candidato do PSD teve apenas 89 votos, menos 27 que os 116 necessários para ser eleito.
Na XVI legislatura, PSD e PS têm cada um 78 deputados, o Chega 50 parlamentares, a IL oito, o BE cinco e o PCP e o Livre quatro cada um. O PAN mantém uma deputada única e o CDS-PP regressou ao parlamento com dois deputados.
Ou seja, PSD, CDS-PP e Chega somam no total 130 parlamentares, o que deveria ser mais do que suficiente para a eleição que é, contudo, feita por voto secreto.