O primeiro-ministro reiterou que as medidas de confinamento geral para a contenção da covid-19 hoje anunciadas estão projetadas para vigorar um mês, mas adiantou que o Governo vai reavaliá-las dentro de 15 dias.
Este calendário foi transmitido por António Costa em conferência de imprensa, após ter anunciado que vai voltar a vigorar em Portugal, a partir das 00:00 de sexta-feira, o dever de recolhimento obrigatório.
De acordo com o líder do executivo, no primeiro confinamento geral, entre março e abril, "as medidas vigoraram de forma estrita durante mês e meio, tendo sido depois aliviadas progressivamente ao longo de maio.
"Neste momento, as medidas são formalmente adotadas para 15 dias, mas não se pode iludir as pessoas. Devemos todos assumir que a perspetiva é que as tenhamos de manter por um mês, porque esse é o período para que possuam efeitos cumulativos", justificou o primeiro-ministro.
Neste ponto, António Costa acentuou que, para as medidas terem efetivo impacto, terão de ser adotadas, no mínimo, entre duas a três semanas.
"Mas, obviamente, tudo depende da forma como a responsabilidade individual e a solidariedade coletiva conseguirem impor efetividade nas medidas - e o que tem acontecido é que os portugueses respondem bem, respeitando as regras. Se assim acontecer, dentro de 15 dias, espero poder ter um cenário francamente melhor do que temos neste momento pela frente", declarou.
Segundo o primeiro-ministro, "desde o início da pandemia, verifica-se a tendência de que, entre a adoção de medidas e atingir-se o pico da curva de novos casos, leva-se duas ou três semanas - e só depois essa curva começa a decrescer".
"Essa descida é mais rápida quando as medidas são mais estritas, como no caso atual, e mais lentas quando se concentraram sobretudo ao fim de semana, como aconteceu a partir de outubro", referiu.
Ainda no sentido de justificar a razão que leva o Governo a projetar para um mês as medidas de confinamento geral, António Costa advogou que, entre a diminuição de novos casos e a redução de internamentos, "há normalmente um intervalo de duas semanas".
"Só depois de descerem o número de novos casos é que começam a baixar o número de novos internamentos. E mais: Só duas semanas após a descida de novos internamentos é que se começa a observar uma diminuição do número de óbitos", acrescentou.