O PSD considerou esta sexta-feira “uma vergonha” que a ministra da
Administração Interna tenha pedido ao Instituto de Telecomunicações uma
auditoria sobre o funcionamento do SIRESP, sistema de comunicações de
emergência, por ter na Altice um accionista em comum.
“Esta atitude é uma vergonha. O Instituto de Telecomunicações tem como principal accionista a Altice e a Altice é o principal accionista do SIRESP”, afirmou o deputado do PSD Carlos Abreu Amorim, para quem esta é “uma auto-avaliação” ou uma “introspecção administrativa”.
Por isso, os sociais-democratas contestam que esta “auto-avaliação” seja independente, como a justificou a ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, quando pediu a auditoria ao funcionamento do SIRESP durante os incêndios de Pedrógão Grande.
Em comunicado, de 26 de Junho, com o título “MAI exige respostas rigorosas ao funcionamento do SIRESP”, é dito que Constança Urbano de Sousa determinou estes dois procedimentos às duas entidades após “informações de carácter técnico operacional coligidas” e tendo em conta que “foram reportados dificuldades na utilização” do SIRESP “no trágico incêndio de Pedrógão Grande”.
A ministra determinou a realização pelo Instituto de Telecomunicações (IT) a “elaboração de um estudo independente sobre o funcionamento do SIRESP em geral, e em situações de acidente grave ou catástrofe, em particular”.
O incêndio que deflagrou a 17 de Junho, em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, provocou 64 mortos e mais de 200 feridos, e só foi dado como extinto uma semana depois.