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A ministra da Saúde disse esta quarta-feira que o Governo não pode garantir nesta altura se o desconfinamento vai avançar ou não e apela à prudência em relação à variante Delta Plus do vírus da Covid-19.
Na quinta-feira, o conselho de ministros volta a decidir novas medidas para o combate da pandemia e Marta Temido diz que a situação é muito incerta ainda.
"Nós temos que estar conscientes de que estamos a lidar com um fenómeno cuja evolução se reveste de muitas incertezas. E, portanto, não é possível garantir que o futuro seja desta ou daquela maneira", disse a ministra.
Segundo Marta Temido, em declarações à margem da apresentação do Relatório Primavera 2021, do Observatório Português dos Sistemas de Saúde (OPSS), o Governo garante que tudo fará para prevenir um travão no desconfinamento, mas o crescimento dos números obriga a um alerta maior.
"O que podemos garantir é que tudo faremos para que isso não seja necessário. Ainda não estamos num momento em que vemos os números a decrescer, temos de estar atentos e, volto a insistir, de recorrer às três medidas: a vacinação, a testagem e algumas medidas não-farmacológicas", vincou.
A ministra da Saúde diz que é preciso manter as medidas de segurança e, quanto à periodicidade dos testes, nomeadamente sobre a opinião de especialistas que defendem um teste semanal na região de Lisboa e Vale do Tejo, Marta Temido diz que não é bem assim.
"A periodicidade dos testes depende muito da exposição ao risco. É evidente que um teste semanal para uma pessoa que esteja em teletrabalho, que não tenha contactos sociais, poderá não ser necessário; para uma pessoa com maior exposição, a periodicidade será naturalmente outra", afirmou.
O que a governante pede aos portugueses é que beneficiem "da gratuitidade de testes em muitos pontos ou da possibilidade de prescrição que existe através dos serviços de saúde", para que "as pessoas que ainda não estão vacinadas possam realizar um teste antes de submeterem os outros a uma exposição que possa ser de risco."
Variante Delta Plus preocupada
A ministra da Saúde sublinhou a importância de haver cautela face à disseminação da variante do coronavírus SARS-CoV-2 designada Delta Plus, uma mutação da estirpe inicialmente identificada na Índia e que já se encontra em Portugal.
“Temos partilhado com toda a honestidade e transparência os resultados quer das estimativas, quer das próprias sequenciações. A informação mais atualizada foi partilhada no sábado pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge [INSA] e respeita à variante Delta. As mutações dos vírus são fenómenos expectáveis e, naturalmente, que temos de agir com prudência e observação”, frisou.
Marta Temido disse que é necessário “continuar a seguir com atenção a evolução dessas mutações do vírus e a sua presença em Portugal”.
Perante a eventual propagação da variante Delta Plus, Marta Temido reiterou que o combate à pandemia representa um “esforço contínuo” e afirmou que só com um empenho de todos os países é possível chegar a bom porto. “Enquanto não tivermos conseguido superar esta pandemia de uma forma total, estaremos expostos às mutações e a novas variantes”, referiu.
Até agora foram detetadas em Portugal 24 casos de infeção pela Delta Mais (ou Delta Plus e também conhecida como AY.1) - a variante do coronavírus SarsCov2 inicialmente conhecida por variante do Nepal.
A informação foi confirmada à Renascença pelo Instituto Ricardo Jorge (INSA), segundo o qual não se trata de uma nova variante, mas antes de uma mutação da estirpe da Índia, agora designada por Delta.
Em Portugal, morreram 17.074 pessoas e foram confirmados 866.826 casos de infeção, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.