Realiza-se em Fátima e Guarda, até sábado, a sétima edição dos Workshops Internacionais de Turismo Religioso, um encontro que se tem tornado prioritário para as empresas do sector. De ano para ano há cada vez mais empresas e organizações interessadas em participar, o que torna Portugal num destino de turismo religioso por excelência.
Este evento vai decorrer não só em Fátima, mas também na cidade da Guarda, onde se fará um workshop específico sobre turismo de herança judaica. Este ano, o evento traz também uma novidade: a Conferência Internacional das Cidades Santuário.
Trata-se de uma iniciativa que não só enriquece e diferencia o programa, como traz a debate questões importantes com “uma visão mais académica sobre a problemática das cidades-santuário, sobre a sua sustentabilidade, sobre a sua atratividade. E isso é importante, porque os dois temas se cruzam necessariamente. Uma cidade-santuário tem especificidades muito próprias que nascem da sua natureza e que merecem todo o interesse por parte dos operadores”, considera o vice-presidente da Associação Empresarial Ourém-Fátima que organiza os workshops em parceria com outras entidades.
Alexandre Marto Pereira diz que “há que estudar o fenómeno, há que tentar perceber quais são as consequências para o turismo e preparar as cidades, por exemplo, para terem uma capacidade de acolhimento não apenas em escala, mas também em qualidade”.
O turismo religioso em Portugal tem atraído milhares de turistas. Os números são reveladores. “Em termos de noites, em 2017 foi de um milhão e 300 mil. O ano de 2018 veio observar uma quebra no número de noites em Fátima e também do número de visitantes, o que é absolutamente normal depois de um ano extraordinário como foi 2017, o ano do Centenário. No entanto, os números que foram publicados há poucos dias pelo Santuário, de sete milhões de visitantes, continua a ser um número assombroso”.
Isto significa que “Fátima é, não apenas um destino importante para Portugal e para os portugueses, é um destino verdadeiramente internacional e uma âncora importantíssima para o turismo nacional, isto é, há milhões de pessoas que se deslocam a Fátima , mas que depois farão circuitos pelo país e até pela Europa, aproveitando as longas viagens que fazem”.
Há também uma maior internacionalização das pessoas que visitam Fátima, observando-se “o crescimento cada vez maior dos destinos intercontinentais”, como é o caso dos países asiáticos e não só.
Este responsável refere que no “top ten dos últimos cinco anos nós observamos sistematicamente quatro países não europeus: o Brasil, os EUA, no continente americano e na Ásia, a Coreia do Sul e as Filipinas. Mas por exemplo o Vietname tem vindo a ter um crescimento exponencial (…) Mas temos vindo também a assistir a crescimentos fortíssimos de pessoas que vêm da China, da Indonésia e da Índia”.