O presidente do CDS-PP, Nuno Melo, defendeu esta segunda-feira que o primeiro-ministro, além de tomar medidas de natureza fiscal na sequência do aumento dos preços, deve substituir os ministros das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, e da Agricultura, Maria do Céu Antunes.
“Portugal vive um momento muito sensível e precisamos de pessoas capazes, completamente comprometidas com o exercício da governança e, por isso, a par das medidas de natureza fiscal, que têm a ver com o mercado, pense o primeiro-ministro em substituir não apenas a ministra da Saúde, mas a senhora ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, e o senhor ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos”, afirmou Nuno Melo.
O líder centrista falava aos jornalistas na 'rentrée' política do CDS/PP Madeira, que decorre hoje no parque florestal do Chão dos Louros, no concelho madeirense de São Vicente.
Na perspetiva de Nuno Melo, o primeiro-ministro, António Costa, deve proceder neste “momento sensível” à remodelação do executivo, substituindo aqueles “que não estão à altura dos tempos e à altura das dificuldades que se agravam”.
O presidente do CDS, partido que governa a região em coligação com o PSD, defendeu que o país “não pode ter à frente da pasta da Agricultura uma ministra que estigmatiza e trata mal confederações que representam milhares de agricultores apenas porque não aconselham em eleições o voto no partido socialista”.
Nuno Melo acrescentou também que “Portugal não pode ter à frente das Infraestruturas, quando estão em causa dossiês absolutamente estratégicos para o país, quem por sua recriação decide a construção de dois aeroportos sem ouvir o primeiro-ministro, sem levar o tema a Conselho de Ministros, sem ouvir as oposições, sem informar o Presidente da República, sem conhecimentos técnicos”.
O centrista disse ainda que o Governo é atualmente composto “não por uma coligação de partidos, mas por uma coligação de duas fações antagónicas do Partido Socialista”.
O executivo liderado por António Costa reúne-se hoje em Conselho de Ministros extraordinário para aprovar um pacote de medidas de apoio ao rendimento das famílias que visa responder ao contexto atual de inflação e aumento do custo de vida.
No domingo, Nuno Melo desafiou o primeiro-ministro a reduzir o IVA dos produtos essenciais “temporariamente à taxa zero” e a criar uma entidade reguladora para o setor agroalimentar.