O secretário-geral da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), Luís Mira, acredita que Portugal vai escapar à subida dos preços do arroz.
Os preços do arroz no mercado internacional têm estado a subir e na semana passada tocaram máximos registados há cerca de 15 anos, mas, em declarações à Renascença, o dirigente da CAP explica que a crise deve-se ao bloqueio da exportação de arroz agulha da Índia e o mercado português importa mais arroz basmati de outros mercados internacionais.
“Relativamente a esse mercado da Índia, importamos muito pouco. Portanto, não vamos ser afetados relativamente a essa situação. Nós importamos basmati de outros pontos do mundo, e também arroz agulha, e não temos esse problema.”
Luís Mira garante que Portugal não corre o risco de ver faltar arroz nas prateleiras dos supermercados, mas não afasta a possibilidade desta subida do preço do arroz vir a influenciar uma nova subida geral dos preços.
“Relativamente à falta de arroz nós não corremos esse problema. Portugal não tem essa questão. Relativamente ao aumento dos preços, depende como é que os mercados reagem. Os mercados são muito, diria, nervosos e são muito sensíveis a todas estas situações”, remata.
Os preços do arroz têm estado a subir e na semana passada tocaram máximos registados há cerca de 15 anos.
Na base destas subidas estão os crescentes receios em torno da oferta – devido ao tempo seco, que ameaça a produção na Tailândia, e depois de a Índia (principal vendedora deste cereal) ter banido algumas exportações.
De acordo com o Jornal de Negócios, o arroz atingiu, mesmo, um novo máximo registado desde a crise alimentar de 2007 – 2008.
Aos efeitos do mau tempo, junta-se a menor oferta com o fim do acordo de exportação de cereais através do Mar negro. Fator que poderá vir agravar ainda mais o preço final.
Segundo a associação tailandesa de exportadores de arroz, a principal exportadora do mundo, a tonelada escalou para os 648 dólares. Isto eleva o aumento nos preços para perto de 50% no acumulado dos últimos 12 meses. É o valor mais alto desde 2008.
O arroz é vital nos regimes alimentares de milhares de milhões de pessoas na Ásia e África, temendo-se, por isso, um agravamento da crise alimentar face à escalada dos preços.