Ministra da Justiça diz que quer negociar com guardas prisionais, mas que sindicatos não respondem
09-01-2019 - 14:06
 • Manuela Pires com João Carlos Malta

Francisca Van Dunnen disse, no Parlamento, que aceitou algumas das reivindicações dos sindicatos dos guardas prisionais, mas que do outro lado apenas há silêncio.

A ministra da Justiça, Francisca Van Dunnen, garantiu, esta quarta-feira, que o Governo está disponível para aceitar algumas das reivindicações dos guardas prisionais, mas que espera ainda uma resposta por parte dos sindicatos.

Confrontada pelos partidos da oposição, Van Dunnen contou aos deputados que o Governo aceitou as duas principais reivindicações dos sindicatos dos guardas prisionais: a equiparação à PSP e a promoção de 100 guardas.

“Nós estávamos sentados com dois sindicatos e um deles disse, nós não temos nenhuma greve marcada com isso. Nessa altura, disseram que não tinham mandato, mas que depois comunicariam a decisão”, começou por contar a ministra. Posteriormente, segundo a governante, comunicaram a dizer que queriam explicações sobre o modelo de transição para a equiparação à Polícia.

A ministra diz que foi convocada outra reunião, depois da qual os sindicalistas pediram uma resposta por escrito. “Nós enviamos e não obtivemos resposta”, afirma.

Francisca Van Dunen disse à comissão parlamentar de assuntos constitucionais que quer resolver este problema, até porque o que aconteceu em várias prisões é insustentável. Mas recusa, contudo, falar em motins.

Houve dois colchões queimados no EPL [Estabelecimento Prisional de Lisboa] que Custóias seguiu. Houve quase que uma linha de contágio. Como lhes disse tudo isto é indesejável, inaceitável, e temos de encontrar forma de parar isto. Mas não podemos falar de motins”, reiterou.

Uma questão de semântica, contrapôs o deputado do CDS Telmo Correia.

“Independentemente de conceitos jurídicos estamos a falar português, e motim de acordo com qualquer dicionário é uma insurreição, não é outra coisa”, disse o deputado centrista.