O presidente do PSD apontou, esta quarta-feira, o secretário-geral do PS como "um dos interessados em que o Chega tenha uma grande votação", argumentando que esses votos serão tirados aos sociais-democratas e ajudarão António Costa a manter-se primeiro-ministro.
Em declarações aos jornalistas, em Leiria, o presidente do PSD contestou, por isso, que o PS se apresente como "o inimigo principal" do partido liderado por André Ventura, atualmente apenas com um deputado eleito, como afirmou António Costa, na terça-feira, em Aveiro.
Questionado sobre o que é o PSD em relação ao Chega, se o PS é o seu "inimigo principal", Rui Rio respondeu: "Não sei se é exatamente ao contrário. Agora, o PS não é o inimigo do Chega. Quantos mais votos houver no Chega mais facilmente o doutor António Costa continua como primeiro-ministro, portanto, o doutor António Costa é um dos interessados em que o Chega tenha uma grande votação, isto é absolutamente evidente".
Por outro lado, relativamente a um eventual crescimento do Chega que se torne decisivo para viabilizar os instrumentos principais da governação de um executivo do PSD, Rio colocou a questão noutro ângulo: "Quando o PS diz que eu preciso dos votos do Chega para votar, por exemplo, um Orçamento, então também o PS precisa dos votos do Chega para derrotar um Orçamento meu".
O presidente do PSD criticou que se considere que "se os deputados que o Chega eleger resolverem votar de uma dada maneira, isto é uma coisa terrível", mas "se for da outra que beneficia o PS, já não é coisa terrível".