O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, diz-se "consternado com a escalada militar" em Alepo, na Síria, nos últimos dias, e avisa que os bombardeamentos podem constituir crime de guerra.
Numa declaração divulgada pelo seu gabinete, Ban Ki-moon cita relatos de ataques aéreos com recurso a engenhos incendiários e bombas de elevada potência na ofensiva lançada pelas forças do regime sírio e do seu aliado, a Rússia, e que tem mantido Alepo permanentemente sob fogo.
Ban Ki-moon afirma que a "aparente utilização sistemática deste tipo de armas indiscriminadas em áreas com muita população pode constituir crime de guerra".
"A comunidade internacional deve unir-se para enviar uma mensagem clara afirmando que não tolerará o uso cego de armas cada vez mais mortíferas contra civis", declara.
O secretário-geral das Nações Unidas refere que Alepo, a segunda maior cidade síria e a capital económica do país, está a enfrentar o bombardeamento mais intenso e ininterrupto desde o início do conflito" na Síria, há cinco anos, classificando o dia de hoje como "um dia negro para o envolvimento do mundo na protecção de civis".
Os ataques deste sábado causaram pelo menos 45 mortos e deixaram cerca de dois milhões de pessoas sem acesso a água.
Os bairros tomados pelos rebeldes, na zona leste de Alepo, enfrentam, pelo quinto dia consecutivo, intensos ataques aéreos e de artilharia, quando o exército se prepara para uma ofensiva terrestre para tentar recuperar o total da cidade dividida.