Seis anos depois de terem sido obrigadas a fugir de suas casas pelo Estado Islâmico, cerca de 200 famílias cristãs estão de regresso às suas casas na cidade de Mossul e em diversas localidades da Planície de Nínive, no Iraque.
Este grupo de deslocados encontrava-se refugiado na região autónoma do Curdistão iraquiano, de acordo com informação avançada pela Fides, a agência de notícias do Vaticano.
A informação foi confirmada pelo Governador da Província de Nínive, segundo o qual "pelo menos 90 famílias já regressaram aos seus lares na cidade velha e no lado este de Mossul, e as restantes 110 regressarão nas próximas semanas, tendo sido asseguradas as condições de segurança e habitabilidade necessárias".
Estas famílias estavam deslocadas desde o Verão de 2014, altura em que Mossul e grande parte da província de Nínive ficaram sob o controlo das milícias terroristas.
Em setembro de 2017, poucas semanas depois da libertação definitiva de Mossul do regime imposto pelo Estado Islâmico, as autoridades locais anunciaram o regresso de cerca de 1.400 famílias cristãs.
Um estudo do Movimento Democrático Assírio revelou que foram quase 120 mil os cristãos forçados a fugir.
Entretanto, no último domingo, o ministro iraquiano das Migrações anunciou que os campos de refugiados nas províncias de Kirkuk, Salah Al-Din e Anbar seriam encerrados no início de 2021 como parte do plano de realojar as pessoas deslocadas.
Por seu turno o Observatório Euro-Mediterrâneo de Direitos Humanos já alertou as autoridades do Iraque que a decisão de encerrar campos de refugiados "poderá deixar centenas de milhares de pessoas deslocadas sem abrigo, visto que as suas casas foram destruídas durante os conflitos com o Estado Islâmico e em algumas dessas áreas ainda nem sequer foi reposto o fornecimento de água e eletricidade".