A Sociedade Portuguesa de Matemática (SPM) enviou uma carta aos grupos parlamentares, pedindo a manutenção da avaliação no fim da 4.ª classe.
O Parlamento discute, esta sexta-feira, um projecto-lei dos partidos da esquerda que propõe a eliminação dos exames nacionais do 1.º ciclo do ensino básico. Mas, entre quem ensina a disciplina, a posição diverge.
A SPM, da qual o ex-ministro Crato foi presidente, defende a manutenção dos exames no final do primeiro ciclo. Considera fulcral avaliar os alunos no final do ensino básico a bem da matemática e da percepção da aprendizagem dos estudantes, segundo o seu presidente Fernando Costa.
“Essa aferição externa é importante para regular e para percebermos se os objectivos foram atingidos, se há dificuldades, onde estão essas dificuldades e actuar. Não deve ser apenas uma aferição, mas uma avaliação, com alguma percentagem da nota. Se o entendimento for não ser uma avaliação, que haja uma aferição”, considera o presidente da SPM.
Entendimento oposto tem a Associação de Professores de Matemática. Lurdes Figueiral diz mesmo que o exame estava a desvirtuar a aprendizagem da matemática. Esta associação considera que basta uma avaliação dos alunos no nono ano, altura em que termina o ciclo do ensino básico.
“A existência dessas provas introduziram a perspectiva de ‘treinar para o exame’. Não se trabalha para aprender, de forma equilibrada. Introduz também um grande desequilíbrio curricular no desenvolvimento equilibrado e harmonioso das crianças e adolescentes”, diz a dirigente da APM.