Luís Montenegro apresentou, esta quinta-feira, ao Presidente da República, o nome dos ministros que o vão acompanhar durante a próxima legislatura.
No entretanto, os partidos já reagiram.
IL destaca "equilíbrio razoável"
O deputado Bernardo Blanco, da Iniciativa Liberal, diz que há um “equilíbrio razoável” entre ministros políticos e independentes, mas “parece-nos demasiado grande”.
“Os jovens não precisam de Ministério, precisam é de salários mais altos, impostos mais baixos, mais casas”, refere.
Blanco acrescenta: “Precisamos de discutir as políticas e esperamos um governo de diálogo, que procure consensos”.
Por outro lado, o deputado da IL voltou a dizer que “não faria sentido [a IL] estar no governo”. Por exemplo, “o PSD não aceita circulo de compensação e defendemos corte de impostos de forma mais rápida”.
Chega deixa críticas
Para André Ventura, o novo Executivo tem ministros a mais. “São 17 ministérios, apenas menos um do que no anterior Governo.” E é maioritariamente composto por figuras do PSD. “Mostra uma incapacidade de ter ido à sociedade civil” recrutar.
“Luís Montenegro ficou muito aquém do que podia ter feito hoje e do mandato que tinha, dando uma ideia que quer dar estrutura de continuidade aos vários governos de António Costa”, diz.
Em particular, Ventura refere Miguel Pinto Luz, ministro das Infraestruturas e Habitação, e Margarida Balseiro Lopes, ministra da Juventude e Modernização. “Não são nomes vistos como grandes reformistas da política.”
Livre sinaliza “erro”
Também o Livre refere a incapacidade de recrutar do PSD e do CDS. E sinaliza um erro: a fusão das pastas da Educação, Ciência e Inovação.
“Seria essencial que na primeira oportunidade os ministros e as suas equipas numa primeira oportunidade pudessem vir ao Parlamento apresentar os seus programas sectoriais”, diz o deputado Paulo Muacho.
Elogios do CDS
Pelo CDS reagiu Paulo Núncio, que elogiou a composição do novo Executivo.
“É um Governo de combate, com experiência, com qualidade” que “tem uma combinação virtuosa entre políticos experientes e quadros reputados”, diz.
Núncio garante que é “um Governo reformista e ambicioso”, que quer um “pais mais próspero e mais justo”.
A ideia é cumprir o programa, “reduzir impostos das famílias e dos mais jovens. É um Governo preparado para repor humanismo e eficácia no SNS, na escola pública” e dar condições aos militares e combater à corrupção.
“O CDS regressa ao Governo pela nona vez e está “muito bem representado” com Nuno Melo, o líder do partido.
PSD destaca experiência do Executivo
Hugo Soares, candidato a líder parlamentar do PSD, também elogiou o novo Executivo.
“O novo Governo de Portugal conjuga experiência política com a capacidade de recrutamento na sociedade civil. É um Governo que traz combate político e experiência, mas também a capacidade técnica de transformar o país”, disse.
O social-democrata destacou, em particular, o nome de três novos ministros que vêm da sociedade civil: Rita Júdice, Dalila Rodrigues e Fernando Alexandre.
Hugo Soares realçou ainda “sinal político muito relevante” de Luís Montenegro.
“A escolha de um Ministério que se chama Ministério da Juventude, um sinal político muito relevante”, disse.
PCP fala em falta de garantias
O deputado António Filipe, do PCP, considera que o novo Executivo "não dá garantias" de resolver os problemas dos portugueses.
“Há submissão de Portugal à União Europeia à da NATO”, refere.
Para a resolução dos problemas nacionais, “não há muito a esperar” e, por isso, os comunistas dizem ter “grandes preocupações em relação ao futuro do SNS, da escola pública e em relação aos salários dos funcionários públicos e dos reformados”.
Mesmo os independentes “são pessoas com perfil consonante das opções políticas do PSD e do CDS”, acrescenta António Filipe.
PAN aponta “falta de ambição”
Para a líder do PAN, Inês Sousa Real, os nomes do novo Governo representam uma “falta de ambição”.
Sousa Real destaca também o facto de Montenegro ter utilizado o questionário ministerial criado pelo Governo de António Costa.
“Tendo em conta que Montenegro foi crítico ao modelo de escrutínio, é com estranheza que vemos aplicar o mesmo inquérito. E esperávamos mais ambição”, afirma.
Bloco de Esquerda fala “um dos governos mais à direita de sempre”
Para Fabian Figueiredo, do Bloco de Esquerda, o novo Executivo é “um dos governos mais à direita de sempre”.
“Não é um Governo que se preocupará em baixar o preço da casa, em resolver o problema dos hospitais fechados ou da falta de professores na escola pública, nem se preocupará inverter o facto de Portugal ser uma economia de baixos salários”, diz.
Sem referir nomes, o bloquista frisa que no Governo da AD há “figuras da área dos interesses imobiliários para a justiça, defensores dos vistos gold para a área da habitação”.
PS. E a estabilidade?
Pedro Delgado Alves, do PS, levanta dúvidas à futura estabilidade governativa.
“Trata-se de um Governo composto a partir das personalidades da AD, do PSD e do CDS. Não há um alargamento da base parlamentar, não há uma abertura que nos permita vislumbrar como Luís Montenegro pretenderá governar”, diz.
Sem comentar os nomes, o deputado do PS considerou que os nomes confirmam “o entendimento de que o Governo está fechado no seu programa eleitoral”.