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Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que não interpretou o votos dos portugueses como "um cheque em branco" e diz que tem de continuar a ser um Presidente de todos e de cada um dos portugueses.
No discurso de vitória para o segundo mandato, numa Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa só com jornalistas na assistência, Marcelo acredita que os resultados desta eleição mostram que os portugueses querem um Presidente da República como um ator político "que não seja contra os maus, que não seja de facção, que respeite o pluralismo e a diferença e que nunca desista da justiça social”.
Numa eleição em que teve mais 100 mil votos do que há cinco anos (2.533.799 votos), Marcelo reconheceu que houve uma “abstenção elevada” embora evidenciasse “a subida significativa do voto absoluto em relação há cinco anos”. Agradeceu ainda aos que mais se sacrificaram para que a democracia não fosse vencida pela pandemia.
E mais uma vez tentou ler a mensagem dos resultados. “Os portugueses, ao reforçarem o seu voto, querem mais e melhor em proximidade, em convergência, estabilidade, construção de pontes, exigência e justiça social e, de modo mais urgente, em gestão da pandemia. Desse sinal tirarei devidas ilações”.
Os portugueses, na leitura do Presidente reeleito, querem mais luta contra corrupção e combate à pobreza, desigualdade e exclusão, bem como estabilidade política, com “governação forte, sustentada e credível” e “alternativa também forte, para que a sensação de vazio não convide a desesperos e aventuras”, alertou.
Marcelo pede revisão legislativa
Noutra vertente, o Presidente defende a necessidade de uma revisão legislativa antes de novas eleições, “daquilo que se concluiu dever ser revisto”, e também para que se possa avançar com a possibilidade do voto por correspondência.
Marcelo abre assim a porta a uma mudança na lei eleitoral. “ [Uma] revisão antes de novas eleições o que deve ser revisto para ajustar a situação como a vivida e para ultrapassar objeções ao voto postal e por correspondência que tanto prejudicaram votantes, em particular os nosso compatriotas pelo mundo, insistirei para que seja acolhido“.
O chefe de Estado afirmou ainda ter “a exata consciência de que a confiança agora renovada é tudo menos um cheque em branco”.
Com muitas referências à gestão do combate ao novo coronavírus, Marcelo acredita que os portugueses “não querem um pandemia infindável, uma crise sem fim à vista, um recuo em comparação com outros países, uma radicalização e um extremismo nas pessoas nas atitudes na vida social e política”.
Ao mesmo tempo, pensa que o povo deseja "uma pandemia dominada o mais rápido possível, uma recuperação do emprego”.
No final do discurso, o inquilino do Palácio de Belém referiu que ter como Presidente “alguém que pertence a um grupo de risco” é demonstrativo de que “estamos todos unidos”.
Numa das muitas referências à luta contra a Covid-19, que considera ser "o mais urgente do urgente" ,disse que a pandemia é “mais um combate daqueles muitos que em quase nove séculos foram o melhor da História de Portugal e mais um combate que, custe o que custar, vamos vencer”.
Por fim, terminou o discurso como fez no mesmo local em 2016: “Que acima de uns e de outros, sem separar uns e outros, viva Portugal”.