Sindicalistas desanimados com o MAI: "Se há dinheiro para umas coisas, há dinheiro para outras”
04-02-2024 - 15:35
 • Vasco Bertrand Franco

Em declarações à Renascença, José Miguel, vice-presidente da Associação dos Profissionais da GNR, garante que os policiais se sentem desacreditados.

José Luís Carneiro esteve reunido mais de quatro horas com o Comandante-Geral da GNR e o Diretor Nacional da PSP, durante a manhã deste domingo.

À saída dos dois dirigentes do MAI, um conjunto de cerca de duas centenas de agentes, que se juntaram no Terreiro do Paço, entoou o hino nacional.

No entanto, as forças de segurança ficaram desanimadas com o discurso do ministro da Administração Interna. À Renascença, José Miguel, vice-presidente da Associação dos Profissionais da GNR, garante que os policiais se sentem desacreditados.

"O nosso estado de espírito é de desânimo, sentimo-nos desacreditados, sentimos que estamos a ser injustamente classificados de insubordinados e coisas desse género. A única coisa que queremos é aquilo que é justo, aquilo que é tratar igual as forças que são iguais. As forças de segurança, se têm a mesma missão, têm o mesmo risco, têm de ser tratadas por igual", diz.

Já Paulo Macedo, presidente do Sindicato dos Profissionais da Polícia, sublinha que o essencial não foi referido por José Luís Carneiro.

"Quanto ao futebol nós nem nos vamos pronunciar. Estamos a falar de baixas médicas legais? Se for isso, obviamente que isso nem tem qualquer comentário a fazer. Se estamos a falar da atribuição do suplemento de missão, aí sim, gostaríamos de ver o sr. ministro a aprofundar mais, a receber os conselhos que lhe têm sido dados. E também o sr. primeiro-ministro também seria bom que recebesse os sindicatos, os ouvisse, e dissesse o que pretende para as forças de segurança", afirma.

O sindicalista reitera que as forças de segurança são um pilar de democracia e acredita que há dinheiro para pagar o suplemento de risco.

"Se há dinheiro para umas coisas, há dinheiro para outras. É possível atribuir este suplemento e estes valores à polícia de segurança pública. Se não atribui, é porque não dá importância a esta questão."