PS. Acordo à esquerda não está fechado, mas há "alta probabilidade" de ficar
03-11-2015 - 15:40

Carlos César responde às movimentações lideradas por Francisco Assis: "Não acredito que um socialista prefira um Governo de direita com o apoio do PS a um Governo do PS com o apoio da esquerda"​.

O líder parlamentar do PS afirmou esta terça-feira que ainda não foi fechado o acordo entre PS, PCP e Bloco para viabilizar no Parlamento um governo liderado pelos socialistas. Esse acordo, disse Carlos César, tem de ficar "aclarado" até à discussão do programa de Governo PSD/CDS-PP porque só com alternativa “consolidada” o PS votará ou apresentará moção de rejeição.

Em declarações aos jornalistas depois de um encontro com o ministro dos Assuntos Parlamentares, Carlos Costa Neves, na Assembleia da República, Carlos César afirmou, porém, que há "alta probabilidade” de a esquerda chegar a acordo.

"Enquanto não existir um acordo firmado com o PCP e Bloco de Esquerda, não vale a pena valorar o estado das negociações como estando a 90 ou a 40%", disse. E renovou a tese do PS: “Não votaremos nenhuma moção de rejeição se não tivermos uma garantia consolidada.”

“Nós só nos constituiremos como uma força política que contribui para o derrube do Governo PSD/CDS se formos simultaneamente portadores de uma alternativa responsável, estável, com sentido duradouro e que proporcione aos portugueses um sentimento de tranquilidade e de confiança.”

Uma mensagem para Assis & Cª

Sobre as movimentações no PS contra um acordo à esquerda, lideradas por Francisco Assis, Carlos César disse não acreditar que um socialista possa querer o PS "manietado pela direita" em vez de ser Governo. E reiterou que um Governo socialista respeitará sempre os compromissos internacionais.

"Não acredito que um socialista prefira um Governo de direita com o apoio do PS a um Governo do PS com o apoio da esquerda", disse.

Francisco Assis convocou os militantes do PS que discordam da constituição de um Governo de esquerda para um encontro no sábado, na Mealhada.

"É legítimo e até é desejável que o Partido Socialista tenha opiniões divergentes sobre este assunto, como teria se estivéssemos a fazer o percurso contrário. Se estivéssemos neste momento a consumar um acordo com o PSD e com o PP, certamente que teríamos um conjunto de camaradas nossos que estariam, não sei se na Mealhada ou noutro lugar, reunidos para reclamar e a pedir um acordo com o PCP e o Bloco de Esquerda."