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O homem por trás da estratégia da Suécia de combate à pandemia do novo coronavírus, Anders Tegnell, admitiu, esta quarta-feira, que o país escandinavo devia ter feito mais e melhor.
Ao contrário de vários outros países, a Suécia não impôs o confinamento à população. A estratégia assentou, ao invés, no distanciamento social, em conselhos de higiene e em confiar na vontade de cada um. Embora tenha tido uma taxa de mortalidade mais baixa que em países como o Reino Unido, Itália e Espanha, alguns dos mais afetados, a Suécia foi o oitavo país do mundo com maior número de mortes "per capita".
"Penso que podíamos ter feito melhor do que fizemos na Suécia, claramente", reconheceu Anders Tegnell, epidemiologista chefe da Direção-Geral da Saúde sueca, em entrevista a uma rádio local.
"Se voltássemos a enfrentar esta doença, sabendo exatamente o que sabemos sobre ela hoje, penso que teríamos acabado por fazer algo entre o que a Suécia e o que o resto do mundo fizeram", acrescentou.
"Morreram demasiadas pessoas"
A opinião é, em parte, partilhada pelo primeiro-ministro sueco, Stefan Lofven, que, apesar de ter prometido uma investigação à abordagem à pandemia da Covid-19, acredita que a estratégia de limitar a doença e proteger os trabalhadores e as empresas em simultâneo foi correta.
"Porém, temos de admitir que, no que toca ao cuidados a idosos e à propagação da infeção, a estratégia não funcionou. Demasiadas pessoas morreram", admitiu Lofven, em declarações ao jornal "Afronbladet".
Com 10 milhões de habitantes, a Suécia regista 40.803 casos confirmados do novo coronavírus, que resultaram em 4.542 mortes. A taxa de letalidade é de cerca de 11,31%, mas foi superior entre minorias étnicas do que entre a população etnicamente sueca.
Portugal, que tem sensivelmente o mesmo número de habitantes, tem até esta quarta-feira um total de 1.447 mortes (mais 11 que na terça-feira) e 33.261 casos (aumento de 1,1%), de acordo com o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS).
[Notícia atualizada às 18h19]