Mais na pele de presidente do Eurogrupo do que de ministro português das Finanças, Mário Centeno reconhece que, apesar do euro estar hoje mais forte depois da crise, ainda não está a salvo.
“Criámos um fundo de resgate que impede que os países do euro sejam empurrados para fora do euro pelos mercados, tornámos os bancos mais fortes e iniciámos a União Bancária, o BCE mostrou-nos que a politica económica pode ajudar os políticos durante a tempestade. Foi assim que salvámos o euro durante a pior crise dos últimos 80 anos. Podemos ficar orgulhosos do resultado. Todos - empresas e cidadãos - mantiveram a confiança no euro, mas para ser honesto não estamos ainda a salvo”, disse.
O ministro português das Finanças defendeu, em Lisboa, maior integração dos países do euro, melhores instituições, a União Bancária em funcionamento ou a garantia de depósitos em toda a zona euro parte das receitas para pôr a moeda única a salvo numa futura crise porque se os problemas não forem resolvidos, as próximas crises serão mais profundas e dolorosas.
E para evitar uma futura crise, Valdis Dombrovskis, vice-presidente da comissão europeia, defendeu - tal como Centeno - que os países devem aproveitar o bom momento económico para constituir almofadas de proteção contra eventuais crises.
“Sabemos que mais cedo ou mais tarde a crise vai aparecer – o desenvolvimento económico é cíclico – por isso, precisamos de estar preparados e melhor equipados para enfrentarmos potenciais desafios”, refere.
Apesar disso, Dombrovskis refere que “podemos afirmar que estamos a atravessar um momento económico positivo. É importante utilizar este momento económico positivo para desenvolver os elementos que faltam para fortalecer a União Monetária, para fortalecer a Zona Euro. Citando o presidente Juncker ‘precisamos de consertar a casa enquanto há sol’”.