O procurador Orlando Figueira vai ficar
em prisão preventiva por suspeita de
corrupção no âmbito da operação “Fizz”. O vice-presidente de Angola, Manuel Vicente, não é arguido, avança a Procuradoria-Geral da República (PGR).
A medida de coacção a Orlando Figueira foi comunicada, esta quinta-feira, pelo Tribunal de Instrução Criminal, depois de concluído o interrogatório que começou na quarta-feira à noite.
A juíza determinou a prisão preventiva, medida de coação mais gravosa, por considerar que há fortes indícios da prática do crime de corrupção e também de branqueamento e falsidade informática.
A juíza considerou haver o perigo de perturbação da tranquilidade e da ordem pública e também o perigo de fuga, pelo que Orlando Figueira ficará em prisão preventiva.
Há indícios que apontam que o procurador do Ministério Público, em licença sem vencimento desde 2012, tenha recebido luvas para arquivar investigações que envolviam Angola.
O magistrado Orlando Figueira será agora conduzido ao Estabelecimento Prisional de Évora.
Vice-presidente de Angola não é arguido
Numa nota enviada às redacções, a Procuradoria-Geral da República (PGR) esclarece também que nesta investigação há três arguidos: uma pessoa colectiva e duas singulares.
Entre os arguidos, garante a PGR, não se encontra o vice-presidente de Angola, Manuel Vicente. Algumas noticias davam ontem conta de que também existem indícios que recaem sobre este alto representante do Estado angolano.
O outro arguido é o advogado Paulo Blanco, que representou o vice-presidente
de Angola na compra de um apartamento no edifício Estoril Sol, em 2012, e cujo
escritório de advocacia foi alvo de buscas.
No comunicado, a PGR refere que os "factos em investigação indiciam suspeitas de prática dos crimes de corrupção passiva na forma agravada, corrupção activa na forma agravada, branqueamento e falsidade" informática.
A Procuradoria-Geral da República adianta que "as investigações prosseguem sob a direcção do Ministério Público e com a coadjuvação da Polícia Judiciária, tendo durante o dia de ontem (quarta-feira) sido realizadas novas buscas no âmbito do inquérito".
[notícia actualizada às 22h28]