O presidente da Associação dos Pilotos Portugueses de Linha Aérea, Miguel Silveira, considera que não há razão para retirar de circulação aérea os Boeing 737 MAX de forma generalizada.
Em declarações à Renascença, Miguel Silveira diz que, “sem suspeita razoável, não se toma uma medida dessas, que tem um peso tremendo”.
A questão ganhou importância depois de a Air China e a Ethiopian Airlines terem suspendido a frota de aviões Boeing 737 MAX.
No domingo, um avião deste modelo, da frota da Ethiopian Airlines, despenhou-se pouco depois da descolagem. A bordo seguiam 157 pessoas, nenhuma das quais sobreviveu ao acidente. A caixa negra do aparelho já foi encontrada.
Este é o segundo acidente do género a envolver este modelo no espaço de meio ano. Um modelo semelhante comprado pela Lion Air já tinha caído ao sobrevoar a costa da Indonésia em outubro de 2018, matando as 189 pessoas que seguiam a bordo.
Em Portugal, a TAP não tem qualquer aeronave deste modelo. No entanto, dado o caráter global da indústria aeronáutica, Miguel Silveira diz que é natural que haja aviões 737 MAX a circular no espaço aéreo nacional.
"O risco será tanto para os ocupantes da aeronave como para as pessoas sobrevoadas", destaca à Renascença.
O 737 da Boeing pertence à família de aviões de passageiros mais vendido no mundo e é considerado um dos mais confiáveis da indústria. O MAX 8 é a versão mais recente da aeronave, que a Boeing lançou em 2017. É uma atualização do 737, que já existe há 50 anos.
Até ao final de janeiro, a Boeing entregou 350 aviões MAX 8, estando já encomendadas outras 5.011 unidades deste modelo.
A Boeing já enfrenta uma série de processos judiciais nos Estados Unidos por causa do acidente da Lion Air, incluindo cinco casos no tribunal federal de Illinois, em Chicago, onde a Boeing tem sua sede.