Portugal prepara candidatura ao Conselho de Segurança da ONU
13-09-2022 - 10:15
 • redação com Lusa

Portugal intensifica contactos durante a 77.ª sessão da Assembleia-Geral da ONU para preparar a candidatura ao Conselho de Segurança em 2026. João Gomes Cravinho e António Costa marcam presença, este mês, em Nova Iorque.

Portugal vai aproveitar a Assembleia Geral (AG) das Nações Unidas (ONU) para preparar a candidatura ao Conselho de Segurança.

A informação é avançada à agência Lusa pela embaixadora de Portugal junto da ONU, Ana Paula Zacarias. A diploamata adianta que o ministro João Gomes Cravinho vai aproveitar a 77ª sessão da AG da ONU, que decorre este mês em Nova Iorque, para intensificar os contactos com outras delegações.

“O ministro dos Negócios Estrangeiros terá muitos encontros bilaterais com países com quem falámos muitas vezes para encontrar formas de articulação de programas comuns que possamos fazer - com países lusófonos e outros países com quem temos menos oportunidades de encontros - e que aqui pode ser um momento interessante para fazer esse contacto, tendo até em vista também a candidatura de Portugal ao Conselho de Segurança, com as eleições em 2026”, disse a diplomata em entrevista à Lusa.

Segundo a diplomata, além do foco na campanha para um assento no Conselho de Segurança, o ministro dos negócios estrangeiros português terá, ainda, em Nova Iorque vários encontros sobre temas como clima, operações de paz, direitos das minorias, coordenações ao nível da União Europeia (UE) e ao nível de NATO, entre outros”.

A 77.ª sessão da Assembleia-Geral da ONU, que reunirá em Nova Iorque chefes de Estado e de Governo de todo o mundo, terá hoje início sob o tema “Um momento divisor de águas: soluções transformadoras para desafios interligados”, sendo que o primeiro dia do Debate Geral de alto nível — o momento em que os líderes internacionais se dirigirem ao mundo — está previsto para 20 de setembro.

Entre as figuras políticas aguardadas nessa semana de alto nível estão o Presidente norte-americano, Joe Biden, o chefe de Estado do Brasil, Jair Bolsonaro, ou o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Lavrov.

Portugal estará representado pelo primeiro-ministro, António Costa, que se deslocará a Nova Iorque para participar na Assembleia-Geral pela segunda vez desde que é líder do executivo português.

“Teremos o senhor primeiro-ministro, que chegará no dia 19 e que, como sempre, participará na abertura da Assembleia-Geral. Depois terá muitos encontros bilaterais, que estamos ainda a programar”, adianta a diplomata que antevê “uma semana de alto nível intensa”.

À delegação portuguesa junta-se ainda o ministro da Educação, João Costa, que participará na Cimeira da Educação Transformadora, que acontece entre 16 e 19 de setembro, e que reunirá jovens, professores, sociedade civil e outras organizações.

A Assembleia-Geral da ONU será dominada pela guerra na Ucrânia, aponta a embaixadora que descreve “uma situação que está totalmente contra a Carta das Nações Unidas e onde estão em causa os valores fundamentais pelos quais esta organização pugna”.

A Assembleia-Geral é um dos seis principais órgãos da Organização das Nações Unidas (ONU) e tem como objetivo definir as políticas da organização.

É o único em que todos os Estados-membros têm uma igual representação: um Estado, um voto. A ONU tem hoje 193 Estados-membros, um número bastante expressivo quando comparado com os 51 países que integravam a organização em 1945, ano da criação desta estrutura internacional.