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Não fica nada confortável com a situação. Do alto dos seus 15 anos, Heller Spínola, aluno do 10 ano da secundária de Miraflores, em Oeiras, considera que estar numa sala de aula com colegas, durante grande parte do dia, é quase o mesmo que ser coabitante.
“É como se estivesse em casa deles”, afirma à Renascença. Por isso, fica sempre a pensar se será que tem Covid, se quem está à volta dele tem. “Estamos ali todos juntos, na sala. Por isso, acaba de criar assim um ambiente um bocado desconfortável”, admite.
Já Camila Mendes mostra algum desconhecimento perante as novas normas. “Só faz diferença para os que não são vacinados. Quem não tem a vacina vai para casa também”. Não. Ninguém na sala de aula é considerado contacto de risco. Só coabitantes – ou seja, quem viva na mesma casa de alguém que tenha testado positivo num teste PCR.
À porta da escola, a fila de automóveis com os pais a deixar os filhos para o arranque das aulas, depois da pausa do Natal e da semana de contenção, era extensa.
Lina Messias chama a filha, depois de esta sair. Esquecia-se do lanche. Para ela, a Direção-Geral da Saúde (DGS) sabe o que faz. Mas não considera as novas regras para o isolamento corretas. Por isso, não se diz confiante.
“Não, não me tinto confiante. Acato as ordens, mesmo não concordando. Porque não há distanciamento social nas aulas para haver segurança total para se manterem nas aulas”, diz esta encarregada de educação.
Opinião totalmente diferente tem Sandra Silva. Mesmo à pressa para entrar no trabalho, lá diz que “seria impensável, cada vez que há um caso de Covid numa turma, ficarem todos em isolamento”.
Direção do agrupamento está confiante
Depois de higienizadas todas as salas de aula, tudo está a postos para o arranque deste novo período. No caso, uma interrupção do primeiro semestre, já que todas as escolas do concelho de Oeiras – como a Secundária de Miraflores – adotaram um calendário escolar semestral, que introduz um maior número de oportunidades avaliativas para os alunos, criando novas práticas pedagógicas que integram o trabalho colaborativo.
Fátima Rodrigues, diretora do agrupamento, diz-se confiante, até porque, lembra, esta medida “já tinha sido adotada aquando da primeira vaga de Covid-19. E os casos não aumentaram”.
Para esta professora, o dado essencial é que, fechando as turmas por inteiro sempre que havia um caso confirmado, “era o futuro destas crianças e jovens que estava comprometido”.
Já para não falar de crianças mais pequenas, onde “existem grandes problemas ao nível da linguagem que ainda não foram superados dos dois anteriores confinamentos”, sublinha.
O 2.º período do ano letivo começou nesta segunda-feira, depois de uma interrupção de três semanas e com novas regras respeitantes à pandemia.