O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Jaime Marta Soares, considerou esta sexta-feira que há uma “onda terrorista devidamente organizada” que provoca incêndios florestais.
Depois de uma audiência com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, Jaime Marta Soares não classifica de incompetência política o tempo em que foi feito pelo Governo o pedido de ajuda dos meios aéreos, mas admite ter sido “um erro estratégico”.
Sobre o que diz ser uma “onda terrorista” que provoca os incêndios florestais, o presidente da Liga considera impossível haver ignições de fogo com uma frente tão vasta como as que se têm verificado nestes últimos fogos na zona norte e centro do pais e Madeira.
Marta Soares lembrou que 98% dos fogos florestais têm mão humana e que desses 75% serão de origem criminosa.
Marcelo: Não houve "má vontade europeia"
O Presidente da República acredita não ter havido má vontade europeia na resposta ao pedido de ajuda feito por Portugal para o combate aos incêndios florestais que devastam o país.
“Não penso que haja má vontade europeia em relação à solicitação portuguesa”, afirmou o chefe de Estado no final da reunião com Jaime Marta Soares.
Marcelo recordou que “em curto espaço de tempo” houve respostas de Espanha, Itália, Marrocos e Rússia que deslocaram para Portugal vários meios aéreos. “É uma resposta, que não sendo massiva, vem ajudar significante a intervenção das forças no terreno”, declarou aos jornalistas.
Na quinta-feira, em Arouca, a ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, mostrou-se insatisfeita com a resposta dos parceiros europeus ao pedido de ajuda de Portugal civil para fazer face aos muitos incêndios que lavram no país.
"Estava à espera de uma maior solidariedade dos parceiros europeus", afirmou a ministra, sublinhando que Marrocos, apesar de não pertencer à União Europeia, respondeu prontamente ao pedido de auxílio.
O Presidente prometeu ainda “acompanhar muito de perto” decisões políticas que devem ser tomadas relativamente à prevenção dos incêndios e à implementação de medidas de protecção das florestas, após este período de incêndios.